A expulsão de Bill Cosby e Roman Polanski, envolvidos em casos de alegado abuso sexual e violação, foi aprovada “na terça-feira à noite numa reunião do Conselho de Governadores” da academia, de acordo com um comunicado hoje divulgado por aquela organização.

O ator e o realizador foram expulsos “de acordo com o código de conduta”, adotado em dezembro pela Academia, após a expulsão do produtor de Hollywood Harvey Weinstein acusado de abuso e assédio sexual. As acusações foram feitas por cerca de 30 mulheres que trabalham na indústria do cinema, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Lea Seydoux, Judith Godrèche, Ashley Judd, e Rosanna Arquette.

“O Conselho continua a encorajar padrões éticos que exigem que os membros defendam os valores da Academia de respeito pela dignidade humana”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

O novo código de conduta estipula que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”.

A direção passou a poder suspender ou expulsar quem violar o código de conduta ou quem “comprometer a integridade” da Academia de Cinema e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

O ator norte-americano Bill Cosby, de 80 anos, acusado de drogar e abusar sexualmente de uma mulher na sua mansão dos subúrbios de Filadélfia em 2004, foi no final de abril considerado culpado de agressão sexual agravada, tendo a sentença de ser emitida num prazo de entre 60 e 90 dias, embora não tenha ainda sido definida uma data.

No julgamento, entre as testemunhas chamadas pela justiça estavam 13 mulheres que acusam Cosby de as ter drogado para depois abusar delas sexualmente, um comportamento considerado “um padrão” repetido durante décadas.

Entre as alegadas vítimas, há aspirantes a atrizes, uma assistente de bordo, uma empregada de limpeza e uma massagista. As denúncias de abusos remontam à década de 1960 e já prescreveram.

Bill Cosby foi o primeiro negro nos Estados Unidos a ter o seu próprio programa de televisão nos anos 1960 e tornou-se uma referência na comédia televisiva daquele país durante décadas.

Já as acusações ao realizador franco-polaco Roman Polanski, de 84 anos, remontam à década de 1970.

Em 1977, o cineasta reconheceu ter tido relações sexuais com Samantha Geimer, então com 13 anos, na casa de Jack Nicholson, em Los Angeles, enquanto este estava fora em viagem.

Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis declarou que o realizador a tinha forçado a ter uma relação sexual quanto ela tinha 16 anos.

No ano passado, o realizador foi acusado por duas outras mulheres: uma identificada como ‘Robin’, alega ter sido vítima de de agressão sexual, quando tinha 16 anos, em 1973; Renate Langer assegura ter sido violada por Polanski quando tinha 15 anos.

Roman Polanski venceu em 2003 o Óscar de Melhor Realizador com o filme “O Pianista”. Na altura, não esteve presente porque poderia ser detido nos Estados Unidos, no âmbito do caso de 1977.

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