O Departamento de Estado norte-americano indicou, em comunicado, que as declarações de Antony Blinken surgiram no domingo, durante uma conversa telefónica com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.

Blinken e Gallant falaram sobre a proposta de Washington para “garantir a libertação de todos os reféns e aumentar a assistência humanitária em toda a Gaza”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, no comunicado.

O secretário de Estado norte-americano “sublinhou que a proposta ia servir os interesses de segurança de Israel a longo prazo, inclusive ao permitir a possibilidade de uma maior integração na região” e “reafirmou o firme compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel”.

Na qualidade de mediadores, Qatar, Estados Unidos e Egito apelaram conjuntamente, no sábado, para que “o Hamas e Israel finalizem o acordo de cessar-fogo com base nos princípios enunciados pelo Presidente [norte-americano] Joe Biden”.

De acordo com a declaração conjunta, a proposta engloba as exigências de todas as partes.

Na sexta-feira, Biden anunciou um roteiro proposto por Israel para alcançar um cessar-fogo permanente por fases e sujeito a condições, e pediu ao Hamas que o aceitasse.

A primeira fase, explicou Biden, envolve um cessar-fogo de seis semanas acompanhado de uma retirada israelita das áreas densamente povoadas de Gaza, a libertação de certos reféns, mulheres e doentes, e a libertação de prisioneiros palestinianos.

As linhas gerais da segunda fase do plano serão negociadas durante o cessar-fogo, de acordo com o Presidente dos Estados Unidos.

No caso de negociações conclusivas, os combates cessam definitivamente, todos os reféns, incluindo soldados, regressam a casa e o exército israelita retira-se completamente da Faixa de Gaza.

Mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sob pressão da extrema-direita, reafirmou que as condições para um cessar-fogo permanente incluem a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns.

O Hamas limitou-se a dizer que considerava o roteiro positivo, depois de ter reiterado as exigências de um cessar-fogo permanente e de uma retirada total de Israel de Gaza antes de se poder chegar a qualquer acordo.

Apesar dos apelos para um acordo, Israel prosseguiu no domingo com bombardeamentos em várias zonas da Faixa de Gaza, incluindo Rafah.

As autoridades do enclave governado pelo Hamas disseram no domingo que 60 pessoas morreram nas 24 horas anteriores na ofensiva israelita em Gaza, elevando para 36.439 o número de mortos no território palestiniano em quase oito meses de guerra.

Israel prometeu destruir o Hamas depois do ataque de 07 de outubro a partir de Gaza, que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.

Das 252 pessoas raptadas durante o ataque, 121 continuam detidas em Gaza, sendo que 37 já terão morrido, de acordo com Israel.