O Presidente da República visitou na segunda-feira o bairro Jamaica, no Seixal, sem anúncio prévio, e aceitou o convite para estar presente na próxima festa da associação de moradores.
"Não há nenhum território dentro do espaço nacional que esteja vedado ao senhor Presidente da República ou que seja excluído da República, e por isso nós achamos muito bem que o senhor Presidente da República tenha ido ao bairro da Jamaica exatamente dando essa demonstração", respondeu aos jornalistas Pedro Filipe Soares à margem do encerramento das jornadas parlamentares do BE, em Aveiro.
Esta visita de Marcelo Rebelo de Sousa valeu-lhe críticas do presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa mostrou "desprezo completo" pelas forças de segurança.
A visita do chefe de Estado aconteceu 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia neste bairro, no dia 20 de janeiro, que levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público.
A PSP abriu um inquérito interno sobre a "intervenção policial, e todas as circunstâncias que a rodearam", ocorrida no dia 20 de janeiro em Vale de Chícharos, também conhecido como bairro Jamaica.
O caso tornou-se público devido a um vídeo que circulou nas redes sociais e levou a um protesto contra a violência policial, no dia seguinte, em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa.
Nessa ocasião, registaram-se incidentes com a PSP, que relatou ter havido apedrejamento de agentes policiais por parte de manifestantes já na Avenida da Liberdade e admitiu ter recorrido a disparos de balas de borracha.
O bairro Jamaica começou a formar-se na década de 90 e tem-se mantido sem condições de habitabilidade, com edifícios inacabados a servir de casa.
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