De acordo com os resultados finais provisórios disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os bloquistas obtiveram 3.036 votos (2,24%), foram a oitava força política mais votada e conseguiram eleger um deputado.

Entre 2015 e 2019, o partido tinha dois deputados no parlamento regional, mas perdeu a representação nas eleições de 2019, ano em que não elegeu qualquer deputado para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, com 1,74% (2.489 votos).

O BE inaugurou a sua presença na Assembleia Legislativa da Madeira nas eleições de 17 de outubro de 2004, elegendo um deputado, que manteve nas eleições seguintes, e perdeu a representação em 2011.

O parlamento regional da Madeira é atualmente formado por 21 deputados do PSD, três do CDS-PP, 19 do PS, três do JPP e um da CDU.

Mariana Mortágua: “O BE tinha dois objetivos e cumpriu os dois, são duas boas notícias: regressamos ao parlamento regional com a eleição de Roberto Almada e contribuímos para o fim da maioria absoluta do PSD"

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, afirmou que o partido alcançou hoje os seus dois objetivos nas eleições da Madeira, com o regresso ao parlamento regional e o fim da maioria absoluta do PSD.

“O BE tinha dois objetivos e cumpriu os dois, são duas boas notícias: regressamos ao parlamento regional com a eleição de Roberto Almada e contribuímos para o fim da maioria absoluta do PSD, que tem desmandando e condicionado o destino da Madeira”, afirmou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do BE, em Lisboa.

Questionada se o atual líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, se deve demitir na sequência dos resultados eleitorais, a coordenadora do BE remeteu essa avaliação para “os protagonistas da direita”.

“Só posso garantir que o BE será oposição a qualquer Governo de direita. Terá uma voz contra os interesses instalados e vai lutar pela habitação, que foi por isso que fizemos campanha”, assegurou.

O BE recuperou hoje a representação na Assembleia Legislativa da Madeira que tinha perdido em 2019, depois de na legislatura iniciada em 2015 ter dois representantes nesse parlamento regional.

Questionada sobre o seu primeiro teste eleitoral - Mariana Mortágua sucedeu a Catarina Martins na coordenação do Bloco em maio deste ano - , a deputada bloquista admitiu estar contente.

“O BE tem muito alento para todas as eleições, é óbvio que cumprir o objetivo nesta primeira eleição é muito importante. Mas é ainda mais importante que o parlamento regional possa contar com a voz do BE”, reforçou.

Mariana Mortágua considerou que o BE é “o principal partido a denunciar a catástrofe da habitação”, tanto no Continente como na Região Autónoma da Madeira.

“Essa será a nossa prioridade. Se esta eleição e o crescimento do BE contribuir para soluções na habitação, então esse crescimento será útil e certamente que esta é uma confirmação desse crescimento”, disse.

Mariana Mortágua trouxe na mão para a conferência de imprensa o primeiro ‘pin’ da campanha do BE na Madeira, dizendo que tinha prometido fazê-lo até o partido regressar ao parlamento regional.

“Vamos fazer ouvir a nossa voz no parlamento regional e faremos oposição a todas as políticas da direita, vamos falar contra os interesses instalados e contra o regime das negociatas”, prometeu, deixando os parabéns ao cabeça de lista Roberto Almada e a toda a estrutura do BE.

A coligação PSD/CDS-PP venceu hoje as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas e os centristas obtiveram 43,13% dos votos (58.399 votos) e 23 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.