Durante uma ronda de intervenções dos partidos no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), Pedro Filipe Soares acusou a oposição de PSD e CDS-PP de “não ter uma ideia” para esta discussão.
“Há uma única acusação, não há uma ideia. Há uma acusação e é falsa. A acusação que é feita por PSD e CDS têm feito ao longo deste debate é de que há um enorme aumento de impostos com este Orçamento do Estado.
O líder da bancada parlamentar do BE – que apoia parlamentarmente o Governo do PS – afirma assim que da parte do PSD e CDS-PP “não há nada mais, nada menos do que pura hipocrisia”.
Sobre a acusação de que a carga fiscal aumenta, Pedro Filipe Soares socorreu-se do Conselho de Finanças Públicas e da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que segundo o bloquista reconhecem que há uma redução da carga fiscal.
“Nós achamos mesmo assim que ela é elevada e que está mal distribuída”, ressalvou, mas considerou que o que sairia “muito caro às pessoas era manter PSD e CDS no poder”.
O líder da bancada do BE admitiu que a política económica não é aquela que o partido gostaria que fosse, mas “é bem mais amiga” das pessoas do que PSD/CDS seria.
“Este não é o orçamento que o país precisa nem é o orçamento que o Bloco gostava. É o orçamento que ainda tem aquilo que a direita conhece bem que são as cativações e sobre orçamentações”, admitiu.
Apesar das virtudes do OE2017, Pedro Filipe Soares considera que há “ainda por onde melhorar” na especialidade, dando o exemplo do ataque às rendas da energia, a necessidade de responder às escolas públicas com défices de auxiliares e de dar uma resposta ao ataque à comunicação social com que esta tentativa de repetir a restrição sobre a agência Lusa, que disse ter sido feita pelo anterior Governo.
O deputado bloquista defende ainda que é necessário que “o Estado enquanto empregador dê este exemplo” no combate à precariedade e afirma que “este Governo não pode deixar na gaveta o relatório sobre a precariedade na administração pública”.
No período de interpelações, Cecília Meireles deixou uma acusação ao BE: “quando é simpático e popular, os senhores lá estão. Quando é antipático, é do Governo”.
Na opinião da deputada centrista, isto não é política, “é muito pouco sério”.
Pedro Filipe Soares voltou a uma ideia que já tinha sido hoje defendida pela deputada bloquista Mariana Mortágua sobre a questão da reestruturação da dívida, recordando que o saldo primário é todo canalizado para o pagamento do endividamento e ainda assim não chega.
“Temos este monstro no meio da sala e nós dele não desviamos o olhar”, avisou.
O bloquista deixou uma pergunta: “Não acham que nós estamos a fazer figura de parvos quando somos os únicos parvos a cumprir as regras desta Europa parva?”.
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