O compromisso foi alcançado depois dos procuradores concluírem que a empresa descumpriu um acordo anterior relacionado com as tragédias, ocorridas na Etiópia e Indonésia e que deixaram 346 mortos há mais de cinco anos.

O acordo deve ser aprovado por um juiz de um tribunal federal e inclui um pagamento de 243,6 milhões de dólares, além de uma multa anterior do mesmo valor.

O Departamento de Justiça descobriu em maio que a Boeing não tinha melhorado o seu programa de conformidade e ética, descumprindo o Acordo de Acusação Diferida (DPA) fechado em 2021, após os acidentes com o modelo 737 MAX.

O acordo de confissão de culpa determina que a Boeing cumpra três anos de "liberdade condicional", cujas condições incluem ter um supervisor independente e investir pelo menos 455 milhões de dólares em programas de qualidade e segurança.

As famílias das vítimas criticaram o acordo, alegando que "faz concessões injustas à Boeing, que outros acusados de delitos penais jamais receberiam".

O DPA original foi anunciado em janeiro de 2021, após acusações de que a Boeing tinha defraudado deliberadamente os reguladores da aviação americanos. Esse acordo obrigava a fabricante a pagar 2,5 mil milhões de dólares, em troca de imunidade penal.

O período experimental de três anos terminava em 2024. Em janeiro passado, a empresa voltou a entrar em crise, quando um 737 MAX da Alaska Airlines precisou de fazer uma aterragem de emergência após perder um painel da fuselagem durante o voo.

O incidente gerou uma nova onda de escrutínio das normas de fabricação e segurança da fabricante, com a abertura de investigações formais pelo Congresso e pelos órgãos reguladores americanos.

Em carta enviada em maio ao tribunal que acompanha o "Caso MAX", funcionários do Departamento de Justiça declararam que a Boeing tinha descumprido as suas obrigações.