O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou uma conferência de imprensa para anunciar novas eleições, comunicando também a vontade de substituir a totalidade dos magistrados que compõem o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), isto depois depois da publicação de um comunicado de auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) que invalida as eleições de 20 de outubro.

"Decidi renovar a totalidade dos membros do Tribunal Supremo Eleitoral", disse Morales durante a conferência. Informou também que vai "convocar novas eleições nacionais, que por meio do voto permitam ao povo boliviano escolher democraticamente novas autoridades", acrescentou.

O Presidente da Bolívia acrescentou que tomou a decisão para “diminuir toda a tensão” e “pacificar a Bolívia”.

O líder do país sul-americano, eleito pela primeira vez em 2006 e continuamente no poder desde então, negou ter cometido qualquer irregularidade e recusou-se a demitir, mas foi forçado a convocar eleições depois das pressões, nacionais e internacionais.

O país é palco de protestos, paralisações e episódios violentos, que deixaram três mortos desde as eleições de 20 de outubro, nas quais Morales foi reeleito para um quarto mandato de cinco anos, e que a oposição denunciou como fraudulentas.

A oposição, fortalecida por um motim policial, exige há dias a renúncia do presidente

A secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) já tinha pedido a anulação da primeira volta desse processo eleitoral.

"A primeira volta das eleições, realizada em 20 de outubro passado, deve ser anulada e o processo eleitoral deve começar novamente, efetuando-se a primeira volta assim que existirem novas condições que deem novas garantias para a sua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral", diz o comunicado.

Este anúncio é feito no mesmo dia em que o líder bolivariano denunciou que a casa da sua irmã na região de Oruro, no sul do país, foi incendiada por "grupos ilegais" no âmbito de um plano para derrubá-lo.

A Bolívia tem atravessado uma crise desde as eleições de 20 de outubro, após as quais o corpo eleitoral deu a vitória ao Presidente Evo Morales, pelo quarto mandato consecutivo até 2025, mas a oposição e os comités civis têm alegado fraudes, exigindo a renúncia de Morales e novas eleições.

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