Numa rara aparição de máscara, Bolsonaro compareceu numa cerimónia oficial no Palácio do Planalto e sancionou uma medida provisória e dois projetos de lei, aprovados anteriormente pelo Congresso Nacional do Brasil.

Em causa está o projeto de lei que facilita a compra de vacinas pela União, pelos estados e municípios e pela iniciativa privada, a medida provisória que permite a compra de vacinas antes mesmo do aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que dá sete dias úteis para o órgão regulador decidir sobre a aprovação temporária de imunizantes.

O chefe de Estado aprovou ainda o projeto de lei que prorroga a suspensão da obrigatoriedade de manutenção de metas pelos prestadores de serviço de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

No seu discurso, Bolsonaro abordou o isolamento social para travar a disseminação do novo coronavírus, medida do qual é forte critico.

“A política do ‘lockdown’ adotada no passado, o isolamento ou confinamento, visava tão somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI [unidades de terapia intensiva] e ventiladores. O Governo federal não poupou esforços, não economizou recursos para atender todos estados e municípios”, afirmou.

Jair Bolsonaro, que já referiu publicamente que não irá tomar o imunizante contra a covid-19, defendeu a vacinação no país sul-americano, que vive agora o seu período mais crítico da pandemia.

“Já foram entregues vacinas para 100% dos idosos acima dos 85 anos, entre eles a minha mãe, com 93 anos de idade. Até ao final do ano, teremos mais de 400 milhões de doses disponíveis para os brasileiros”, disse o chefe de Estado, que governa um país com 212 milhões de habitantes.

O discurso de Bolsonaro surge horas após o ex-presidente do Brasil Lula da Silva ter lançado duras críticas à gestão do atual mandatário, apelando a que os brasileiros não sigam “nenhuma decisão imbecil” de Jair Bolsonaro.

“Vou tomar a minha vacina, não importa de que país. E quero fazer propaganda para o povo brasileiro. Não siga nenhuma decisão imbecil do Presidente da República [Jair Bolsonaro] ou do ministro da Saúde [Eduardo Pazuello]”, criticou Lula da Silva, em São Paulo, na sua primeira declaração pública após as condenações no Paraná terem sido anuladas.

“Tome vacina, porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você da covid-19. Mas mesmo tomando vacina (…) você precisa de continuar a fazer isolamento, continuar a utilizar máscara, álcool em gel. Pelo amor de Deus. Esse vírus, essa noite, matou quase 2.000 pessoas. As mortes estão sendo naturalizadas”, disse, em tom exaltado, o ex-presidente.

O antigo chefe de Estado prestou ainda “solidariedade” aos governadores que, segundo o político, estão a “lutar para dar vacina”, apesar da “incompetência” do Governo e do Ministério da Saúde.

“Muitas mortes podiam ter sido evitadas se o Governo fizesse o elementar. (…) A primeira coisa que o Presidente deveria ter feito era, em março, ter criado um comité de crise com especialistas”, disse Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, São Paulo.

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