Em entrevista ao canal televisivo Record, Bolsonaro admitiu também que a conversa com Trump foi mais longa do que a que manteve com os demais líderes internacionais.
“Pretendo ir aos Estados Unidos para ampliar a pauta sobre comércio e área militar”, disse o recém-eleito Presidente, informando que deverá viajar na companhia do general Augusto Heleno, nome confirmado para o ministério da Defesa e do economista Paulo Guedes, futuro responsável pela pasta da Economia.
Bolsonaro disse ainda ter conversado com líderes da América Latina e da Europa: “Estou muito feliz porque, apesar de protocolares, essas conversas mostram que nós podemos estar juntos com esses países”, afirmou.
Na entrevista, o político da extrema-direita referiu também a questão do Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspenso temporariamente), tendo afirmado que é um bloco demasiado valorizado e que esse tratamento tem de ser modificado, segundo a Agência Brasil.
Para Bolsonaro, a excessiva valorização do Mercosul deveu-se a questões ideológicas, que protegiam determinados países que, na sua opinião, “burlavam” regras. “Nós queremos livrar-nos de algumas amarras do Mercosul”, declarou.
A Venezuela e a ajuda externa a esse país foram também temas abordados por Bolsonaro ao longo da entrevista, tendo negado a possibilidade de intervenção externa no país que atravessa uma grave crise.
“O PT (Partido dos Trabalhadores) não fez a lição de casa com a Venezuela, sempre admirou o Chávez [o ex-presidente venezuelano] e Maduro [ atual presidente da Venezuela] e agora estamos a ver os mais pobres vindo a pé para o Brasil, sem ter o que comer”, afirmou Bolsonaro.
O presidente eleito disse ainda que vários líderes estrangeiros pediram para que o Brasil mantenha a ajuda à Venezuela e também aos emigrantes, ajuda essa que bolsonaro admitiu que não vai ceder, de acordo com a Agência Brasil.
O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.
De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, com o escrutínio provisório (99,99% das urnas apuradas) a apontar para 21% de abstenção do total de eleitores inscritos (mais de 147,3 milhões).
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