"Se esse problema não tivesse ocorrido, se tivesse confiança no sistema eletrónico, já teríamos o nome do novo presidente", disse Bolsonaro numa transmissão no Facebook, mas sem denunciar explicitamente uma fraude.

Após o apuramento da quase a totalidade das urnas, Bolsonaro obteve 46,18% dos votos e irá disputar uma segunda volta com Fernando Haddad, do PT, que teve 29,07% dos votos.

Durante a campanha, o controverso capitão do Exército na reserva já tinha questionado abertamente a fiabilidade do sistema de votação eletrónica no Brasil, e chegou a advertir para riscos de fraude. Mas na última semana, reiterou várias vezes que aceitaria os resultados, fossem quais fossem.

Após a divulgação dos resultados oficiais, que confirmaram a segunda volta, seguidores de Bolsonaro denunciaram fraude em frente à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, constatou a AFP.

Na sua comunicação no Facebook, o candidato disse "ter recebido muitas denúncias de urnas que tiveram problemas" e afirmou que "houve muitas reclamações", mas em nenhum momento insinuou que não aceitará o resultado.

Depois de um dos filhos do capitão, Flavio Bolsonaro, eleito para o Senado, ter divulgado um vídeo durante o dia com supostas irregularidades, a presidente do TSE, Rosa Weber, defendeu o sistema brasileiro, o qual qualificou como "infalível, ágil e seguro".

Ao lado do economista liberal Paul Guedes, a quem chama de seu 'Posto Ipiranga', Bolsonaro comemorou a vitória, previu uma difícil segunda volta e prometeu unir o país.

"Não vai ser fácil este segundo turno, eles têm biliões para gastar", acrescentou, em alusão à máquina eleitoral do PT, de Haddad.