"Se a Câmara aprovar este projeto de lei, o povo deste país terá de escolher quem vai a Bruxelas [ao Conselho Europeu] em 17 de outubro para resolver isto e levar este país para a frente", afirmou Boris Johnson no parlamento.
Johnson referiu que "o líder da oposição anda a implorar por uma eleição há dois anos”.
“Ele tem apoiantes lá fora a pedir eleições. Eu não quero eleições, mas se os deputados votarem amanhã [quarta-feira] para interromper as negociações e obrigar a outro atraso inútil do ‘Brexit', potencialmente por anos, esta seria a única maneira de resolver isso", acrescentou.
O líder do partido Trabalhista, o principal partido da oposição, Jeremy Corbyn, respondeu: "Se ele quer apresentar uma proposta para uma eleição geral, muito bem. Deixe passar a lei primeiro para descartar uma saída sem acordo".
Para conseguir convocar eleições antecipadas, o primeiro-ministro precisa do voto favorável de dois terços dos deputados, dependendo, assim, da ajuda do partido Trabalhista, o principal partido da oposição.
Uma maioria de deputados britânicos aprovou hoje uma moção que permite a apresentação de legislação para impor um novo adiamento do ‘Brexit' que impeça uma saída sem acordo em 31 de outubro.
A votação na Câmara dos Comuns, realizada pelas 22:00 (a mesma hora em Lisboa), foi de 328 votos a favor e 301 contra, uma margem de 27.
A derrota do Governo, que hoje perdeu a maioria devido à deserção de Philip Lee para os Liberais Democratas, foi determinada pelo voto a favor da moção por deputados conservadores, que contrariaram a orientação do partido Conservador.
A moção retira ao Governo o controlo sobre a agenda parlamentar na quarta-feira e dá a este grupo de deputados a oportunidade para apresentar um projeto de lei e acelerar o processo de aprovação para que todas as etapas sejam concluídas até ao final da tarde desse dia.
O texto passa depois para a Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, para que seja promulgado nos próximos dias.
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