No poder desde 1999, Bouteflika sofreu um acidente vascular cerebral em 2013 e, desde então, raras vezes foi visto em público, desloca-se de cadeira de rodas e nunca mais falou publicamente.
O anúncio foi feito numa “mensagem à nação” divulgada pela APS, quando falta menos de um mês para o fim do prazo para apresentação de candidaturas às presidenciais, e põe fim a meses de especulação marcados pelo silêncio de Bouteflika, apesar de insistentes apelos dos seus apoiantes para que se apresentasse.
Na semana passada, a coligação de partidos que o apoia, Aliança Presidencial, designou-o como candidato e, no sábado, o seu partido, a Frente de Libertação Nacional (FLN) organizou um comício de apoio ao chefe de Estado.
“Naturalmente não tenho a mesma força física que antes, algo que nunca ocultei do povo, mas a vontade inquebrantável de servir a pátria nunca me abandonou e permite-me transcender os constrangimentos ligados aos problemas de saúde com que qualquer um pode um dia confrontar-se”, lê-se na mensagem do Presidente.
No texto, Bouteflika responde indiretamente aos que o acusam de querer apenas manter-se no poder afirmando que, se for eleito, vai convocar uma “conferência nacional” que agrupe “todas as forças políticas, económicas e sociais” do país para trabalhar num “consenso sobre as reformas e as mudanças” a desenvolver na Argélia.
Entre os temas a tratar por uma tal conferência, precisa, figurarão “uma presença mais forte dos jovens” nas instituições políticas, a necessidade de “vencer o flagelo da burocracia” e “aplicar mecanismos de democracia participativa” e reformas económicas “sem qualquer dogmatismo”.
Até ao momento apenas formalizaram uma candidatura às presidenciais de 18 de abril o general na reserva Ali Ghediri e o líder do partido islâmico moderado, Abderazak Makri, apesar de 186 pessoas terem requerido os documentos oficiais para se candidatar.
Ali Benflis, um ex-primeiro-ministro que disputou com Bouteflika as presidenciais de 2004 e de 2014, não anunciou uma candidatura até ao momento.
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