O crime terá ocorrido em agosto na reserva de Vale do Javar, no rio Jandiatuba, cujo leito, com cerca de 500 quilómetros, banha várias reservas indígenas no estado do Amazonas.
“Caso se confirme, significa que uma quinta parte da tribo pode ter sido exterminada”, denunciou a organização não-governamental Survival em comunicado.
O caso foi conhecido depois de os autores “se vangloriarem das mortes mostrando ‘troféus’ na cidade próxima”, indicou a associação, que informou também da detenção de dois mineiros ilegais pela sua alegada participação no crime.
Segundo a Survival, trabalhadores da Fundação Nacional do Índio do Brasil “confirmaram os detalhes do ataque” e acreditam que há “mulheres e crianças” entre as vítimas mortais.
A área em que o suposto massacre ocorreu é conhecida como a Fronteira Isolada Amazônica, onde vive o maior número de tribos isoladas do mundo.
A Survival criticou o facto de “diversas equipas do Governo” que vigiam estes territórios “terem visto reduzido o seu orçamento pelo Executivo brasileiro”, o que obrigou ao encerramento de várias bases de proteção.
Os conflitos entre índios e grandes proprietários de terras têm-se agravado, resultando em matanças de membros de diferentes etnias às mãos de grupos armados não identificados.
“O Governo do Presidente Temer é extremamente anti indígena e tem fortes laços à bancada rural” no Congresso, denunciou a Survival.
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