“Um novo plano será elaborado com base nas orientações estratégicas e prioridades dos representantes do novo governo”, disse o coordenador do maior sindicato da Petrobras e membro do Grupo de Trabalho de Minas e Energia da equipa de transição de Lula da Silva, Deyvid Bacelar.
Apesar de Lula da Silva só tomar posse a 01 de janeiro, a direção da Petrobras rejeitou o pedido da equipa de transição para adiar por um mês a aprovação do seu plano estratégico para o período quinquenal 2023-2027, que prevê investimentos no valor de cerca de 78 mil milhões de euros.
Os investimentos previstos para os próximos cinco anos são 15 por cento superiores aos anunciados no plano anterior e são também superiores à média dos últimos cinco planos (cerca de 72 mil milhões de euros).
De acordo com a nova estratégia aprovada pela maior empresa do Brasil, 82% dos investimentos irão para projetos de exploração e produção de petróleo e gás natural, principalmente no pré-sal, uma área geológica em águas muito profundas do Atlântico onde a Petrobras descobriu gigantescas reservas de hidrocarbonetos.
A Petrobras, uma empresa controlada pelo Estado com ações negociadas nas bolsas de São Paulo, Nova Iorque e Madrid, concentrou durante vários anos os seus investimentos na produção de petróleo, a sua atividade mais rentável.
Como resultado, vendeu vários ativos nas áreas de refinação e energia, e abandonou os seus negócios na distribuição de combustíveis e energias renováveis.
Segundo Bacelar, o Governo que tomará posse em Janeiro irá rever este plano porque Lula da Silva já manifestou o seu interesse em que a Petrobras também dê prioridade ao aumento da capacidade de refinação do Brasil, projetos de transição de energia e investimentos em energias renováveis, tais como os biocombustíveis e a energia eólica offshore.
Lula da Silva (que liderou o país de 2003 a 2010) também defendeu que a Petrobras volte a adotar uma quota local na construção das suas plataformas para impulsionar a indústria de construção naval do Brasil.
Bacelar também criticou a recusa da Petrobras em se comprometer a suspender o seu atual processo de privatização de ativos, uma das exigências do Presidente eleito.
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