"A fraude do século! O juiz Sergio Moro será ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro, que apenas conseguiu eleger-se porque Lula foi injustamente condenado e impedido de participar nas eleições", escreveu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na rede social Twitter.
Em mensagens escritas em português, espanhol e inglês, a dirigente criticou ainda a “politização [de Moro]”, ao garantir que o juiz intercetou chamadas telefónicas da antiga Presidente Dilma Rousseff (2011-2016) e as enviou para a imprensa.
“Ajudou a eleger, vai ajudar a governar”, resumiu Hoffman sobre o novo ministro.
O candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, derrotado no domingo na segunda volta das eleições por Bolsonaro, também utilizou as redes sociais para dizer que a nomeação de Moro "apenas será compreendida pelos meios e fóruns internacionais", porque o “conceito de democracia já escapa à elite” brasileira.
Moro deslocou-se hoje de manhã ao Rio de Janeiro, onde se reuniu durante cerca de uma hora e meia com o recém-eleito Presidente do Brasil, e informou ter aceitado o convite depois de discutidas as políticas a serem criadas.
Antes do encontro com Bolsonaro, Moro afirmou que o Brasil precisa de uma "agenda anticorrupção", além de ter considerado "surpreendente" que o critiquem por conversar com "um Presidente que foi eleito por 50 milhões de pessoas".
Moro chegou ao Rio de Janeiro, procedente de Curitiba, cidade do estado brasileiro do Paraná, onde dirigiu as investigações, em primeira instância, da "Lava Jato", que revelou desvios milionários que, durante uma década, envolveu a empresa estatal Petrobras.
No âmbito da operação "Lava Jato" foram presos importantes políticos e empresários, entre os quais Lula da Silva, condenado por corrupção e que se encontra a cumprir pena de 12 anos de prisão em Curitiba.
Bolsonaro, capitão do Exército na reserva ganhou as eleições presidenciais do passado domingo, com 55% dos votos, enquanto Fernando Haddad, indicado por Lula, teve 44%.
Após a segunda volta das eleições, Moro felicitou Bolsonaro e desejou "um bom Governo", destacando a importância de realizar "reformas para recuperar a economia e a integridade da administração pública".
O nome de Moro tem sido avançado pela comunicação social brasileira para integrar o próximo Governo do Brasil, mas o magistrado judicial negou sempre a possibilidade de entrar na política.
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