“Preparem o braço. Vamos vacinar toda a população adulta do estado de São Paulo até 31 de outubro deste ano”, prometeu o governador ‘paulista’, João Doria, na rede social Twitter.

São Paulo é a região mais industrializada e populosa do Brasil, com 46 milhões de habitantes, população semelhante a de países inteiros como Argentina ou Espanha, e também a mais afetada pela pandemia do SARS-CoV-2.

Até terça-feira, foram registados naquela unidade federativa 112.210 óbitos associados à covid-19 e quase 3,3 milhões de infetados, com tendência de aumento, o que obrigou alguns municípios do interior a voltarem a adotar restrições.

Segundo dados oficiais, a taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva em São Paulo continua acima de 80%, inferior aos 90% em que se situou praticamente durante todo o mês de março, mas que indica que o sistema de saúde continua muito pressionado.

São Paulo arrancou no passado dia 17 de janeiro com a campanha nacional de imunização contra a covid-19, que avança lentamente no país, uma vez que, cinco meses depois, apenas 10,5% das 212 milhões de pessoas receberam as duas doses.

Porém, num momento em que a região atravessa um preocupante aumento de infeções, Doria antecipou em dois meses o calendário de vacinação no seu território e garantiu que até 31 de outubro todos os adultos ‘paulistas’ terão pelo menos a primeira dose da vacina no braço.

Atualmente, as autoridades de saúde de São Paulo estão a vacinar pessoas com doenças crónicas e, a partir de julho, segundo previsão divulgada pela administração regional, será retomada a imunização por idades, com os menores de 60 anos, e assim sucessivamente, até aos 18 a 24 anos, que serão os últimos.

Além disso, Doria informou que, após a aprovação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) da vacina da chinesa Sinovac, encaminhou uma carta à União Europeia pedindo para que o bloco aceite a entrada de brasileiros vacinados com a Coronavac.

A fórmula de Sinovac é produzida localmente pelo Instituto Butantan de São Paulo, um prestigiado centro de investigação médica brasileiro, e é a mais administrada no país sul-americano, acima da AstraZeneca/Oxford e da Pfizer/BioNTech.

O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totaliza 465.199 óbitos e 16.624.480 infeções pelo novo coronavírus e especialistas preveem uma terceira vaga da doença no país, nas próximas semanas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.681.985 mortos no mundo, resultantes de mais de 171 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.