A audiência foi mediada pelo juiz Ives Gandra, tendo sido alcançado um acordo para compensação, multas e desconto dos dias de greve.
O acordo sobre a paralisação, que durou 20 dias, prevê que metade dos dias em que os trabalhadores estiveram paralisados seja descontada dos salários e a outra metade seja compensada em até 180 dias.
Também não haverá punições por participação pacífica na greve e a Petrobras suspenderá a aplicação da nova tabela de turnos, que passará a ser feita pelos trabalhadores, e, posteriormente, avaliada pela companhia.
Segundo o magistrado Ives Gandra, citado pelo portal de notícias G1, a multa aplicada aos sindicatos foi reduzida de 58,5 milhões de reais (12,28 milhões de euros) para 2,47 milhões de reais (520 mil euros).
O despedimento de cerca de mil funcionários da fábrica de fertilizantes do Paraná Araucária Nitrogenados (Ansa), uma das subsidiárias da Petrobras, foi um dos principais motivos da paralisação que começou em 01 de fevereiro.
Para justificar os despedimentos, a Petrobras afirmou, em comunicado, que a matéria-prima da fábrica estava mais cara do que o produto final e que a unidade do Paraná acumulava prejuízos desde 2013, data em que foi adquirida.
Na terça-feira, um tribunal regional de trabalho determinou que a petrolífera estatal suspendesse a demissão dos trabalhadores. Em contrapartida, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR) comprometeu-se a pôr termo aos protestos em frente à fábrica, assim como a pedir o fim da greve.
No acordo hoje alcançado, está prevista uma reunião para a próxima quinta-feira, na qual serão discutidas as demissões na Ansa.
“Conseguimos resolver a questão da tabela de turnos, conseguimos resolver também, de certa forma, a questão de dias parados e a questão das multas e agora ficou para a próxima quinta-feira uma mesa de negociação em relação a questão da Ansa”, disse o juiz ao G1.
“De cabeça erguida, punho cerrado de quem seguirá na luta, do lado certo da história, petroleiros e petroleiras voltam a trabalhar, de olho nos próximos embates”, anunciou, por seu turno, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em comunicado.
Segundo a FUP, uma das entidades responsáveis por coordenar a paralisação dos funcionários da petrolífera, no sábado a federação e os seus sindicatos voltarão a reunir-se para “avaliar os resultados da negociação e discutir os próximos passos do enfrentamento aos ataques da gestão Castello Branco [presidente da Petrobras] contra os trabalhadores”.
“A greve está temporariamente suspensa e voltará a ser chamada, se não houver avanços no atendimento das reivindicações da categoria. A luta é contínua e permanente”, garantiu a FUP.
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