As manifestações realizaram-se quando o país assiste ao número de mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus disparar, assim como o número de infetados.
O maior protesto, que reuniu milhares de pessoas em São Paulo, no Largo da Batata, zona oeste da cidade, foi convocado por grupos de esquerda e adeptos de equipas de futebol.
Estes manifestantes defenderam a democracia, criticaram o chefe de Estado brasileiro e pediram o fim do racismo estrutural no país. O protesto foi pacífico e durou pouco mais de três horas.
Também em São Paulo, um grupo menor de pessoas que apoia Bolsonaro reuniu-se na Avenida Paulista, local onde os defensores do Presidente se têm reunido há algumas semanas para protestar contra as medidas de isolamento social adotadas pelos governo regionais.
Estes manifestantes empunhavam cartazes pedindo o regresso da ditadura militar, o fecho do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima da justiça do país.
Inicialmente, o protesto convocado para criticar e o protesto convocado para defender Bolsonaro aconteceriam na Avenida Paulista, mas uma decisão judicial proibiu manifestações de grupos contrários no mesmo dia, para evitar confrontos como os que aconteceram no local, na semana anterior.
No Rio de Janeiro, dezenas de apoiantes do chefe de Estado reuniram-se na praia de Copacabana de manhã, vestindo roupas nas cores verde e amarelo, empunhando bandeiras do Brasil, num ato que foi pacífico.
Ao início da tarde, grupos contrários ao governante brasileiro reuniram-se no centro da capital ‘carioca’, num protesto que incluiu críticas ao racismo.
Em Brasília, dois protestos, um contra e outro a favor do Governo liderado por Bolsonaro, realizaram-se de manhã, na Esplanada dos Ministérios. A polícia fez uma operação de segurança e não houve registo de confrontos.
Bolsonaro, que ao longo da semana chamou integrantes dos grupos que convocaram atos contra si de marginais, drogados e terroristas, e chegou a pedir que seus apoiantes não fossem às ruas neste domingo, não comentou as manifestações.
Por volta das 12:00, o chefe de Estado brasileiro saiu do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, e conversou com pessoas que estavam do lado de fora.
Na conversa, transmitida nas redes sociais, Bolsonaro falou sobre a economia e disse que uma onda enorme de desemprego está a caminho do país. O Presidente declarou que a culpa deste problema não pode ser atribuída ao seu Governo.
Para Bolsonaro, o desemprego é culpa dos prefeitos e governadores que decretaram medidas de isolamento social para conter a pandemia da covid-19 e, com isto, paralisaram a economia do país.
O Brasil registou 904 mortes e mais de 27.075 mil novos casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde do país.
Ao todo, o Brasil, que é um dos mais afetados pela pandemia no mundo, já confirmou 672.846 casos e 35.930 mortes provocadas pela covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
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