De acordo com o ‘site’ Globo.com, estão a decorrer vários protestos em diversas cidades brasileiras a pedir a saída de Michel Temer do cargo de Presidente, um dia depois do chefe de Estado ter afirmado, numa entrevista ao jornal O Estadão, ser vítima de um plano preparado por “bandidos” que “saquearam o país e querem sair impunes”, após ser acusado de corrupção.

O Presidente voltou também a descartar a possibilidade de renúncia, solicitada por setores da oposição, e sublinhou que tentará reconstruir a sua base para aprovar um importante pacote de reformas, que inclui a modificação do sistema de pensões e reformas.

No Rio de Janeiro, mais concretamente na orla da praia de Copacabana, na zona Sul do Rio, decorreu esta manhã contra a corrupção, uma iniciativa do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado (Muspe), que pede a saída do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do Presidente da República, Michel Temer.

Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Juiz de Fora, Manaus, Natal ou Uberlândia foram igualmente palco de protestos contra Michel Temer.

Até ao momento, não foram avançados dados sobre o número de pessoas que saíram às ruas para se manifestarem contra Temer.

A suspeitas de corrupção investigadas pela operação judicial Lava Jato estenderam-se no dia 18 de maio ao Presidente brasileiro, com a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e Temer sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente do Congresso (parlamento) e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário “manter” o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.

Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido atingidos pela operação judicial, por suspeitas de corrupção e de receberem pagamentos ilegais.

A degradação da situação política no país tem levado muitos dirigentes a exigirem eleições presidenciais (diretas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-presidente que o substitua no caso de abertura de um ‘impeachment’, um processo de afastamento judicial do cargo.

Após a divulgação do áudio, Michel Temer recusou, em mais do que uma declaração ao país, apresentar a demissão e já pediu a suspensão da investigação até que seja verificada a autenticidade da gravação.