"Será que ele pode confirmar que vai permitir as pessoas deste país decidirem com uma eleição nacional a 15 de outubro?", questionou Johnson, dirigindo-se a Jeremy Corbyn.

O líder da oposição não respondeu à questão, e pediu ao primeiro-ministro para tornar pública a estratégia de negociação com Bruxelas e os estudos que dão conta das consequências de um ‘Brexit' sem acordo.

"O primeiro-ministro e os seus colegas de Governo dizem que ele está a avançar [nas negociações para um acordo]. Mas o negociador-chefe da UE [União Europeia], a chanceler da Alemanha e o primeiro-ministro da Irlanda afirmam que o Reino Unido ainda não fez feitas propostas", disse Corbyn.

Segundo o dirigente do partido Trabalhista, Johnson "não apresentou nada para mudar o acordo negociado pela primeira-ministra anterior, contra o qual votou duas vezes”.

“Essas negociações sobre as quais ele fala são uma farsa. Tudo o que ele está a fazer é deixar passar o tempo", afirmou o líder da oposição.

"A nossa estratégia de negociação é conseguir um acordo até ao Conselho [Europeu] de 17 de outubro e tirar este país da UE a 31 de outubro e concluir o ‘Brexit'. E o que a “lei de rendição” vai fazer é destruir qualquer hipótese de negociações", ripostou o chefe do executivo.

O primeiro-ministro referia-se ao projeto de lei cuja introdução foi aprovada na terça-feira à noite por 328 votos a favor e 301, incluindo por 21 deputados do partido Conservador.

Esta iniciativa retira ao Governo o controlo sobre a agenda parlamentar e acelera o processo de aprovação para que todas as etapas sejam concluídas até ao final desta tarde.

O texto exige que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, seja obrigado a pedir uma nova extensão da data de saída até 31 de janeiro caso o parlamento não aprove um acordo de saída ou não autorize uma saída sem acordo a 31 de outubro.

Em resposta, Boris Johnson anunciou uma proposta para convocar eleições antecipadas, mas esta só será aprovada se tiver o apoio de dois terços dos deputados da Câmara dos Comuns, o que poderá ser inviabilizado pelo partido Trabalhista.

A votação sobre esta proposta de eleições antecipadas deverá acontecer hoje pelas 21:00 horas.