"Se o acordo da primeira-ministra for derrotado, o Governo terá perdido a maioria na questão mais importante que o país enfrenta e perdido a capacidade de governar. O melhor resultado nessas circunstâncias seria deixar o país decidir o caminho a seguir e a melhor equipa para liderá-lo. Isso significa umas eleições legislativas", escreve hoje, num texto publicado pelo diário The Guardian.

Porém, acrescentou, caso não seja possível agendar eleições, como pretende o partido, "todas as opções devem estar na mesa", incluindo a realização de um referendo para quebrar o impasse.

A legislação, que impõe mandatos eleitorais fixos de cinco anos, só admite a antecipação das eleições se aprovada uma moção de censura e se não for formado um governo alternativo no espaço de duas semanas, ou se dois terços dos 650 deputados da Câmara dos Comuns aprovarem uma proposta de eleições antecipadas.

"Este acordo péssimo deve ser derrotado quando for proposto a votação na próxima semana. Estamos a trabalhar com deputados e partidos através da Câmara dos Comuns, não apenas para garantir que seja rejeitado, mas também para evitar qualquer possibilidade de um resultado sem acordo. Mas a derrota não pode ser tomada como garantida", admitiu.

O 'Labour' já anunciou que vai votar contra o acordo na terça-feira, juntamente com os restantes partidos da oposição: Liberais Democratas, Partido Nacionalista Escocês, partido Verde e o parido nacionalista do País de Gales Plaid Cymru.

O chumbo, que parece provável devido à reprovação do Partido Democrata Unionista da Irlanda do Norte, aliado do governo, e de dezenas de deputados do partido Conservador, tem consequências incertas, pois a lei de Saída da UE determina que o país saia do bloco a 29 de março de 2019, pelo que May tem argumentado que as opções são "este acordo, ausência de acordo ou ausência de ‘Brexit'.

Corbyn renovou as críticas ao documento, que "em vez do acordo sensato que a primeira-ministra poderia ter negociado, trata-se de um acordo que não funciona para ninguém, quer tenham votado pela saída ou pela permanência".

O líder do 'Labour' critica sobretudo os mecanismos previstos para evitar controlos alfandegários na fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, seja a extensão de um período de transição seja a solução de salvaguarda (‘backstop').

O líder trabalhista defende um acordo alternativo, baseado numa "união aduaneira abrangente com a UE", num modelo em que o Reino Unido teria influência em futuros acordos comerciais, ao contrário do que acontece atualmente com a Noruega, e que garantiria uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

"Uma nova e forte relação com o mercado único que nos proporcione um comércio sem fricções e a liberdade de reconstruir a nossa economia e expandir os nossos serviços públicos, ao mesmo tempo em que estabelece políticas de migração para atender às necessidades da economia, não alimentando a xenofobia com alvos falsos de imigração", resumiu.

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