Augusto Santos Silva falava na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, na Assembleia da República, e respondia a uma pergunta do deputado social-democrata Carlos Gonçalves, que evocou as dificuldades para fazer marcações ‘online’ para atendimento o consulado-geral de Londres, onde, disse, “se marcar hoje vai ser atendido em abril”.
Na resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros repetiu que Portugal se está a preparar para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) “desde o referendo”, o que se traduziu num “reforço dos meios humanos dos consulados”, com um aumento de 25%, mas admitiu que nem tudo funciona bem.
“Tem razão, o consulado que menos pessoal tem, funciona melhor que o que mais tem. Por isso mesmo, o secretário de Estado das Comunidades estará em Londres a inteirar-se 'in loco' das dificuldades dos portugueses, porque queremos que processo seja o menos doloroso possível”, disse Augusto Santos Silva.
Questionado por deputados de quase todos os partidos sobre as garantias de que os direitos dos portugueses vão ser respeitadas pelo Reino Unido após o ‘Brexit’, o ministro repetiu que essa é a palavra do governo britânico.
“Perguntam-me: acreditam em comportamento recíproco? Convictamente respondo: acreditamos. Mesmo do ponto de vista jurídico, palavras de um primeiro-ministro ou de um ministro dos Negócios Estrangeiros têm valor, mas, além disso, Portugal e o Reino Unido têm uma aliança que data do século XIV”, afirmou o ministro.
Augusto Santos Silva falava do plano de contingência do governo português para o caso de um 'Brexit' sem acordo.
Numa nota enviada às redações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros precisa que José Luís Carneiro vai estar na quarta-feira em Londres e na quinta-feira em Manchester para se reunir com cidadãos, conselheiros das Comunidades Portuguesas e dirigentes associativos, visita que incluirá sessões de esclarecimento sobre o ‘Brexit’.
Carneiro vai também reunir-se com o presidente da câmara municipal de Londres, Sadiq Khan, sobre a integração da comunidade em Londres.
Segundo a nota, nos serviços consulares portugueses no Reino Unido estão registados 302 mil cidadãos, 245 mil dos quais na área de jurisdição do consulado-geral em Londres e 57 mil na área de jurisdição do consulado-geral de Portugal em Manchester.
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