A porta-voz do gabinete da Procuradoria de Las Vegas, Natalie Collins, disse à AFP que Michael Sandford foi preso sem possibilidade de fiança, depois de ter sido detido no fim de semana. Segundo documentos oficiais, Michael Sandford tentou desarmar um polícia no comício de 18 de junho, no Teatro Mystere, antes de ser dominado. O acusado explicou que escolheu aquele polícia porque este tinha a arma destravada, mas foi neutralizado por agentes de segurança.
Sandford, que na segunda-feira foi indiciado por "ato de violência num prédio particular", um crime pelo qual pode ser condenado a mais de 10 anos de prisão e a 250.000 dólares de multa (cerca de 221.000 euros), deve comparecer novamente perante a justiça no próximo dia 5 de julho.
"Sandford revelou ter feito um esforço consciente para vir a Las Vegas para matar Trump", de acordo com a acusação apresentada por um agente dos Serviços Secretos. "Sandford admitiu que provavelmente só seria capaz de disparar uma ou duas vezes e afirmou que estava convencido de que seria morto pelas forças de segurança ao atentar contra a vida de Trump", acrescentou a mesma fonte.
Michael Sandford também contou aos investigadores que comprou bilhetes para um comício em Phoenix, no Arizona, que ia contecer no mesmo dia, mas umas horas mais tarde, onde "tentaria novamente matar Trump", caso o seu plano em Las Vegas fracassasse.
Ainda de acordo com a acusação, Michael Sandford aproximou-se do agente dos Serviços Secretos, Ameel Jacob, afirmando que queria "pedir um autógrafo a Trump" e depois "tentou apoderar-se da sua arma". O acusado confessou ainda que na sexta-feira chegou a ir a um clube de tiro para aprender a disparar e que até esse dia, nunca tinha tocado numa arma.
Durante o interrogatório, Michael Sandford confessou que "há um ano que está a tentar matar Trump, mas só decidiu agir agora porque finalmente se sentiu confiante para fazê-lo”, pode ler-se nos documentos e que, se for libertado, tentará novamente. Donald Trump e os porta-vozes não quiseram comentar este incidente.
O jovem britânico mora nos Estados Unidos há um ano e meio, e vivia em Nova Jérsia antes de se mudar para a Califórnia.
Mas este não é caso único. Em março passado, um estudante de 22 anos tentou invadir o palco onde Donald Trump fazia um discurso para, segundo disse, denunciar as declarações racistas do candidato. O estudante foi interceptado pelos seguranças e acusado de alteração da ordem pública.
Os comício de Trump geralmente são marcados por incidentes e provocam manifestações, atos de violência e detenções. O candidato republicano é acusado de gerar tensões com os seus discursos, acusação que o candidato rejeita.
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