Os trabalhadores da instituição pública britânica British Council agendaram uma greve geral para a próxima sexta-feira e sábado em Lisboa, Porto e Coimbra, exigindo aumentos salariais.

Fonte ligada ao protesto disse à agência Lusa na passada segunda-feira que a paralisação dos mais de 150 trabalhadores ocorre devido à falta de ajuste da tabela salarial nos últimos 13 anos.

Hoje, numa declaração enviada à Lusa, o British Council (BC) diz que “todos os anos, desde 2009, com exceção dos dois anos durante a pandemia da covid-19, concedeu um aumento salarial anual vinculado ao desempenho de cada funcionário” e que “os aumentos foram, na sua maioria, entre 2% e 3%”.

“O British Council compreende as dificuldades que as famílias em Portugal e no Reino Unido estão a enfrentar, devido ao aumento do custo de vida”, refere, acrescentando que “os funcionários recebem um aumento salarial anual com base no seu desempenho nesse ano, até atingirem o topo da escala salarial do seu nível” e que “os topos das escalas salariais são generosos para o mercado nacional”.

A instituição pública britânica adianta que “a própria organização está a trabalhar na recuperação do seu negócio após o impacto da pandemia” e que, “precisamente por esta razão, “está empenhado em preservar empregos, fortalecendo e consolidando o negócio, perante os enormes desafios externos e internos”.

“O British Council adota uma abordagem de compensação total, que engloba salário e benefícios, incluindo férias, seguro de saúde, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, cultura, reconhecimento, avaliação de desempenho e desenvolvimento.

Alinha os seus salários ao mercado nacional, pelo que o British Council Portugal oferece um pacote competitivo no mercado nacional”, afirma.

O British Council diz ainda que está “a trabalhar arduamente para alcançar o seu propósito em Portugal (criando ligações, compreensão e confiança entre pessoas do Reino Unido e os países do mundo inteiro) e aborda este compromisso com abertura, responsabilidade e realismo”.

Os trabalhadores que marcaram greve exigem um aumento de vencimento acima da inflação atual, que se fixou nos 6,9% em abril, segundo dados do Banco de Portugal.

“Não foi dado nenhum aumento pela direção do British Council (…) e a situação tornou-se insuportável”, disse a fonte contactada pela Lusa, acrescentando que serão respeitados os serviços mínimos.

O British Council tem estabelecimentos de ensino em Coimbra, Porto, Lisboa, Oeiras e Cascais.

Os funcionários queixam-se que, desde 2009, receberam apenas um aumento salarial de 1%, sendo insuficiente para fazer face à subida do custo de vida em Portugal.

Caso as reivindicações não sejam atendidas, os trabalhadores do British Council já têm planeada uma nova greve para os dias 29 e 30 de setembro.