Em declarações ao programa Today, da NBC, onde foi apresentar o seu novo livro “Portraits of courage: A commander in Chief’s Tribute to America’s Warriors", George W. Bush disse considerar os media como "indispensáveis para a democracia".

”São importantes para que pessoas como eu prestem contas”, justificou, acrescentando ainda que “o poder pode ser viciante e corrosivo e é importante que chamem à atenção daqueles que abusam do poder”.

O último presidente republicano a ocupar a Sala Oval conhece bem o cargo que agora pertence a Trump e, tal como este, também teve alguns conflitos com a imprensa durante os seus dois mandatos, entre 2001 e 2009. Ainda assim, considera que as críticas constantes contra a imprensa norte-americana minam os esforços do país para promover a democracia e a ideia de uma imprensa livre em todo o mundo.

Nesse sentido, recordou as sucessivas tentativas durante o seu mandato de convencer Vladimir Putin a permitir uma imprensa livre, mas afirmou: “é um bocado complicado dizer aos outros para ter uma imprensa independente quando nós mesmos não estamos totalmente dispostos a tê-la”.

Os últimos dias da novela Trump contra os media ficaram marcados por alguns episódios mais intensos. Na última sexta-feira, jornalistas de nove meios de comunicação social foram impedidos de entrar na Casa Branca e assistir a um briefing realizado pelo porta-voz da administração Trump, Sean Spicer. Passados dois dias, como noticiou o SAPO 24, Donald Trump anunciou que não iria comparecer no jantar dos correspondentes da Casa Branca - uma tradição com quase 100 anos e que, pela primeira vez em muitas décadas, não vai contar com a presença do Chefe de Estado americano.

Nesse mesmo dia, em defesa dos media, foi realizada uma manifestação em Nova York com cerca de 250 pessoas. No meio de tantos protestos que aconteceram desde a eleição de Trump, é a primeira vez que a imprensa surge como protagonista e alvo de apoio de centenas de pessoas.

George W. Bush está agora afastado do cargo de presidente da nação mais poderosa do mundo, mas lembra que “é um emprego difícil".

"Quando se está em campanha, olha-se de uma maneira. Mas, quando se chega ao cargo, encontra-se uma realidade completamente diferente”, afirma.

Bush anunciou ainda que as receitas do livro que se encontrava a promover no programa da NBC vão reverter para o Centro Presidencial George W. Bush, uma organização não-lucrativa que ajuda os militares veteranos e as suas famílias a readaptarem-se à sociedade.