Enquanto o avião definitivo não chega ao país, Luís Filipe Tavares avançou que o serviço será prestado por uma empresa portuguesa.
O ministro falava aos jornalistas, na cidade da Praia, após a assinatura de um memorando de entendimento para a evacuação de doentes interilhas, por representantes do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), das Forças Armadas e das duas seguradoras cabo-verdianas.
Segundo o governante, Cabo Verde vai adquirir, até final do ano, um avião do tipo C-212 Aviocar, também conhecido por CASA, com capacidade para 18 passageiros, dois mil quilos de carga, para passar a fazer o transporte de doentes entre as ilhas cabo-verdianas.
“É um avião moderno, está em condições, em bom estado, está a voar, não há problemas por aí”, salientou o ministro, adiantando que as condições para aquisição do avião ainda estão a ser negociadas com as Forças Armadas Portuguesa (FAP).
Segundo Luís Filipe Tavares, o avião será uma “solução de futuro”, que vai estar equipado para servir as populações de todas as ilhas, com o Estado assegurar o transporte dos doentes a quem não consegue pagar.
Enquanto o ‘avião CASA’ está a ser equipado para chegar até final do ano, o transporte será feito por um avião (JetStream 32) de uma empresa portuguesa (Sevenair), que também vai fazer o patrulhamento, apoio logístico, missões militares e de serviço público, vigilância marítima.
“Tínhamos prometido soluções e estamos aqui a apresentar uma solução viável e de qualidade para servir bem as nossas populações”, salientou Luís Filipe Tavares, que não avançou os valores envolvidos em nenhum dos negócios.
“Estamos a trabalhar para nas próximas semanas, ainda este mês, ter o avião a operar entre as ilhas de Cabo Verde, para podermos prestar um serviço de qualidade”, disse, referindo que o avião só não vem agora porque está a ser “equipado convenientemente”.
O avião alugado será operado por portugueses, mas Luís Filipe Tavares adiantou que os pilotos e mecânicos cabo-verdianos vão receber formação para eles mesmos operarem a aeronave que o país vai comprar, que vai ficar ao serviço da Guarda Costeira e com base na cidade da Praia.
Com o avião em definitivo no país, o ministro afirmou que o objetivo é reabilitar “em tempo útil” os aeródromos de Ponto do Sal, em Santo Antão, e Esperadinha, na Brava, as duas únicas ilhas que neste momento não têm ligação aérea.
O ministro disse que o Governo está a trabalhar nessa “solução há muito tempo”, pelo que não está relacionada com o recente caso da morte de uma grávida, depois de ter sido transportada de barco entre as ilhas cabo-verdianas da Boavista e Sal e que relançou o debate sobre o transporte de doentes no país.
Nos últimos tempos, Cabo Verde tem tido dificuldades no transporte de doentes por via aérea entre as ilhas e tem levado à necessidade de fazer esse transporte por via marítima, uma opção mais demorada e, muitas vezes, em condições precárias.
A morte da jovem veio juntar-se a outro caso em maio, em que outra grávida, transferida da Boavista para o Sal de barco, acabou por perder o bebé, enquanto um jovem baleado foi enviado para o Sal da mesma forma.
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