“Independentemente das nossas dúvidas e hesitações, permitam-me que diga que cada euro mobilizado para apoiar a Ucrânia é um euro investido na nossa segurança e na nossa prosperidade, na estabilidade da UE”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa discussão na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
Intervindo num debate sobre a cimeira extraordinária da passada quinta-feira, na qual os líderes da UE aprovaram após retrocesso húngaro uma ajuda financeira de 50 mil milhões de euros à Ucrânia até 2027, no âmbito do orçamento plurianual da União, o responsável falou em “unidade e a liderança”.
“Esta decisão do Conselho Europeu é uma mensagem para todos aqueles que acreditam nos valores democráticos e na liberdade”, adiantou Charles Michel, recordando a decisão adotada pelos líderes da UE em dezembro passado para abrir negociações formais de adesão com a Ucrânia.
A posição surge no dia em que o Parlamento e o Conselho da UE chegaram hoje a acordo provisório sobre a ajuda financeira de 50 mil milhões de euros à Ucrânia, no âmbito do orçamento europeu, esperando-se que as primeiras verbas cheguem em março.
Também intervindo na ocasião, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou esta ‘luz verde’ e defendeu maior integração entre a Ucrânia e a UE na área da defesa.
“Temos de pensar nas capacidades de defesa da Ucrânia como parte das nossas próprias capacidades de defesa. Temos de pensar na indústria de defesa ucraniana como parte da nossa própria indústria de defesa”, afirmou a líder do executivo comunitário.
Sublinhando que Bruxelas irá considerar Kiev na sua Estratégia Industrial de Defesa, o que levará à integração da Ucrânia nos programas de defesa, Ursula von der Leyen defendeu “convergência e o planeamento” entre os exércitos e os setores da indústria militar da Europa e da Ucrânia.
“A Ucrânia é um futuro membro da UE, pelo que deve aproximar-se muito mais de nós também no domínio da defesa”, adiantou.
Os líderes da UE na quinta-feira hoje, numa cimeira europeia extraordinária em Bruxelas, a acordo sobre a revisão do Quadro Financeiro Plurianual 2024-2027, que inclui uma reserva financeira de 50 mil milhões de euros (dos quais 17 mil milhões de euros em subvenções) para os próximos quatro anos para a Ucrânia, mobilizados consoante a situação no terreno.
Para esse acordo foi crucial um retrocesso por parte da Hungria, que ameaçou durante várias semanas vetar esta reserva financeira para a Ucrânia por contestar a suspensão de verbas comunitárias a Budapeste.
Desta vez, o retrocesso de Budapeste para a UE avançar com esta reserva financeira, foi possível através da inclusão, nas conclusões da cimeira europeia, de um parágrafo que prevê discussões anuais sobre o mecanismo para a Ucrânia e, “se necessário”, a possibilidade de a Comissão Europeia avançar com a revisão, isto no quadro de um “novo Quadro Financeiro Plurianual”.
Foi ainda adicionado outro parágrafo, que indica que “o Conselho Europeu recorda as suas conclusões de dezembro de 2020 sobre a aplicação do mecanismo de condicionalidade”, na base do qual se prevê o respeito pelo Estado de direito para obtenção de fundos comunitários.
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