Os dados constam de dois relatórios divulgados hoje pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) que acompanharam a trajetória dos alunos dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais ao longo dos anos.

Se em 2014/2015 pouco mais de metade dos estudantes conseguiu fazer o secundário nos três anos previstos - apenas 55% dos estudantes dos cursos humanísticos e 53% dos cursos profissionais – oito anos depois a taxa de sucesso é muito superior.

Em 2021/2022, quase oito em cada dez alunos (79%) dos cursos científico-humanísticos terminaram o secundário dentro do tempo esperado, segundo os dados da DGEEC que mostram uma melhoria de 24 pontos percentuais (p.p.) em oito anos.

Entre os alunos dos cursos profissionais também houve uma melhoria: Em 2021/2022, 70% tinha concluído o curso no tempo esperado, o que representa um aumento de 17 p. p. em relação à realidade vivida nas escolas no ano letivo de 2014/2015.

Os alunos dos cursos científico-humanísticos das escolas do norte e centro do país são os que menos chumbam (sucesso entre 85% no norte e 82% no centro).

O relatório “Situação após 3 anos dos alunos que ingressaram em Cursos Científico-Humanísticos” mostra melhorias em todo o país.

Nos cursos profissionais, e com exceção do Alentejo que manteve os valores do ano anterior, também se registaram melhorias em todas as regiões do país, com especial destaque para o norte e para a Área Metropolitana de Lisboa, ambos com um crescimentos de 2 p.p..

Os números mostram também que há muito mais sucesso académico entre os que começam o secundário sem histórias de retenções no passado, ou seja, entre os que chegam ao 10.º ano com 15 ou menos anos.

Os dados mostram ainda uma ligeira melhoria dos alunos que abandonam a escola. Num universo de 61.094 alunos que deveriam ter terminado o curso científico-humanístico em 2021/2022, 2% não foram “encontrados como matriculados no ensino secundário”.

Olhando para as tabelas relativas ao que se passava nas escolas oito anos antes, verifica-se que 3% tinham abandonado a escola antes do tempo uma vez que não tinham terminado o secundário nem estavam inscritos.

Nos cursos profissionais, o abandono escolar é muito superior, com 10% dos 31.365 que deveriam ter acabado o secundário em 2021/2022 a não serem “encontrados como matriculados no ensino secundário”. Oito anos antes, a percentagem era de 14%.

A DGEEC analisou também a relação entre o sucesso académico e a situação socioeconómica dos alunos, confirmando que os alunos que não beneficiam da Ação Social Escolar (ASE) têm geralmente trajetórias de sucesso mais elevadas.

No entanto, os dados mostram uma melhoria de todos os alunos, destacando-se os alunos dos escalões A e B dos cursos científico-humanísticos que tiveram maior aumento em relação ao ano anterior (6 p.p.).

No caso dos alunos dos cursos profissionais, os alunos do Escalão B foram os que registaram a percentagem mais elevada de conclusão (74%), valor que representa um aumento de 2 p.p. em relação ao ano anterior, segundo o relatório “Situação após 3 anos dos alunos que ingressaram em Cursos Profissionais”.