“Tem que haver vontade política do Governo da República e do Governo Regional da Madeira” para resolver esta questão, declarou o parlamentar socialista na Assembleia Legislativa da Madeira durante o debate de um projeto de resolução da autoria da bancada do PS.

Nesta proposta, os deputados socialistas “recomendam ao Governo da República que regulamente a atribuição do subsídio social de mobilidade no âmbito dos serviços marítimos entre o continente e a Madeira”.

“Esta é uma questão de continuidade territorial. Mais do que interesse partidário, é de interesse regional”, salientou Paulo Cafôfo, recordando que o subsídio de mobilidade para o transporte aéreo já está regulamentado, mas tal não acontece em relação à linha marítima.

O parlamentar sustentou que é sempre necessário “subsidiação para os residentes nas regiões autónomas”.

“O Governo da República deverá assumir as suas responsabilidades, com a alteração do quadro legal com a definição das regras de funcionamento”, vincou.

Na opinião de Paulo Cafôfo, é “incompreensível que se queira fazer um estudo de viabilização desta linha”, reforçando: “Estou em desacordo com o Governo da República e com o Governo Regional”.

“A continuidade territorial não pode estar dependente de estudos, deve ser assegurada independentemente de qualquer questão financeira”, opinou.

O deputado enfatizou que “o Governo tem de cumprir a sua parte para que possa haver financiamento para a linha ferry” e o executivo madeirense também deve lançar “o concurso público internacional”.

Para o parlamentar socialista, por parte do Governo da Madeira “não há interesse na resolução desta que é uma questão estratégica” para a região.

Por seu turno, o deputado o PSD/Madeira Carlos Rodrigues manifestou a sua “incredibilidade” face a esta proposta da bancada socialista, apontando que “quem fala na realização de estudos é o PS, que quer adiar a situação”.

O líder parlamentar do PSD/Madeira, Jaime Filipe Ramos, considerou que a posição de Paulo Cafôfo é “um hino à demagogia”.

Paulo Cafôfo mencionou que o “primeiro-ministro renovou que o compromisso assumido na campanha eleitoral para a Madeira será cumprido pela República”, mencionando “não conhecer uma única ideia do Governo Regional sobre esta matéria”.

A realização de um estudo económico sobre a viabilidade de uma linha marítima foi colocada pelo Governo da República na reunião mantida em Lisboa, em novembro do ano passado, entre o presidente e o vice-presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque e Pedro Calado, respetivamente, e o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno.

O deputado do CDS António Lopes da Fonseca opinou que a República não vai resolver este problema, “tendo em conta o momento político nos Açores”, com a realização de eleições regionais, afirmando que “não haverá transporte marítimo sem ajudas do Estado”.

Para Élvio Sousa, do JPP, “esta é uma questão velha”, defendendo que o Governo da República devia “primeiro estudar para então prometer”, porque com esta atitude apenas serve para “descredibilizar o agente político”.