As alternativas decorrem designadamente do facto de o trajeto anteriormente preconizado ter sido concebido para um sistema de metropolitano ligeiro de superfície, projetado há cerca de três décadas para a cidade de Coimbra e para o ramal ferroviário entre esta cidade Miranda do Corvo, Lousã e Serpins.
Para isso, a ferrovia foi desativada (e os carris removidos) em 2010, mas o metropolitano nunca avançou, tendo o atual Governo decidido substituí-lo por um sistema de autocarros elétricos (metro bus) no canal da ferrovia e em Coimbra, onde manterá as duas linhas previstas, assegurando ligação à estação ferroviária de Coimbra B e da Baixa da cidade os hospitais.
As alterações na designada Linha do Hospital ocorrerão essencialmente entre a zona da Praça da República e a área de Celas, onde é abandonada a solução por túnel. Os hospitais da Universidade e Pediátrico serão servidos diretamente por esta linha (que atravessará as suas respetivas áreas), que também deverá servir o Polo I da Universidade (na Alta histórica da cidade), mas através da Praça da República.
Está a ser estudada a hipótese da instalação de meios mecânicos para vencer o desnível entre a zona da Praça da República e a Universidade, porventura junto às Escadas Monumentais, de acordo com os técnicos que fizeram uma breve exposição sobre as alterações ao percurso da Linha do Hospital, hoje, na sessão do executivo municipal, presidido por Manuel Machado.
A favor das alterações votaram os cinco eleitos da maioria socialista e os três vereadores social-democratas, eleitos no âmbito da coligação (PSD/CDS/PPM/MPT), enquanto os dois representantes do movimento Somos Coimbra (SC) e o vereador da CDU votaram contra.
Embora “censurem a prévia apresentação do estudo, à margem do executivo municipal” e discordem de alguns aspetos, os vereadores do PSD votaram a favor das alterações porque reconhecem “o papel estruturante” do SMM, que não pode continuar a ser adiado.
“O traçado proposto serve de forma insuficiente o Polo I da Universidade”, alegam os social-democratas, que, por outro lado, entendem designadamente que “o cruzamento da Cruz de Celas constitui um forte constrangimento à circulação rodoviária”, pelo que “deverá ser mantida a solução anteriormente prevista em túnel” e que a linha deve desenvolver-se em canal dedicado “em toda a sua extensão”.
O atravessamento de Celas por túnel é igualmente defendido pelo SC, que consideram que o Polo I da Universidade, que constitui “um dos maiores polos atratores de viagens pendulares e turísticas em Coimbra”, é completamente menosprezado”.
Na sua declaração de voto, o SC afirma que “são inúmeras as fragilidades do sistema e que, a juntarem-se às já identificadas para a linha suburbana e linha Alto de São João-Coimbra B, caso não sejam atempadamente corrigidas, farão deste projeto um autêntico fiasco”.
A CDU, que também votou contra, reafirma a sua posição em relação ao SMM, sustentando que o ramal ferroviário da Lousã deve ser reposto, modernizado e eletrificado, garantindo a ligação à rede ferroviária nacional, e articulado com a rede de transportes da área urbana, particularmente com os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, que devem ser reforçados e ampliados.
A empreitada no canal do antigo ramal ferroviário entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), no âmbito do SMM, foi lançada em 04 de fevereiro deste ano e deverá começar a funcionar, de forma faseada, em 2021.
O SMM terá uma extensão total de 42 quilómetros (trajetos urbano e suburbano), envolvendo um investimento global de cerca de 125 milhões de euros.
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