Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, apontou que nem a autarquia, nem a junta de freguesia foram contactadas pela administração dos CTT, à qual o autarca já pediu uma "reunião urgente".

"Trata-se de uma estação vital que se situa numa zona da fronteira entre Gondomar, Porto e Maia e num raio de 500 metros moram ali 20.000 pessoas. Dá apoio a uma zona comercial e empresarial muito vasta. É uma estação com muito movimento. Tem picos de manhã e de tarde que causam filas até à rua", descreveu Marco Martins.

O autarca de Gondomar disse estar "surpreendido" com uma decisão "muito difícil de compreender", frisando que a estação de Rio Tinto, que se localiza na rua D. Afonso Henriques, está "geograficamente muito bem colocada".

"Se não tem problemas de procura e serve uma população tão grande, porque é que a fecham?", questionou o presidente da câmara de Gondomar, lembrando que a estação que ficaria mais próxima é a da Asprela, no Porto, outro dos balcões cujo encerramento está previsto.

"A estação mais próxima também vai fechar. Fica junto ao hospital [São João] e a várias faculdades, num campus universitário e residencial. Como é que duas estações tão vitais podem ser encerradas por uma decisão meramente economicista?", questionou Marco Martins.

O autarca de Gondomar, distrito do Porto, apontou que a freguesia de Rio Tinto é a mais populosa do concelho, alertando que algumas lojas comerciais fazem alguns serviços dos CTT mas a oferta, disse, "não é suficiente" face à procura e necessidade.

"Resta-me pedir e insistir numa reunião com a administração para perceber como reverter esta situação", concluiu.

De acordo com um esclarecimento enviado às redações, os CTT referiram que o encerramento destas 22 lojas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".

Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (Vila do Conde), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente, Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Rio Tinto, Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede, Aldeia de Paio Pires e Arco da Calheta (Madeira).

Os CTT adiantam que, numa primeira fase, o encerramento das 22 lojas está sob "consulta" da Comissão de Trabalhadores, "seguindo-se então o contacto com as entidades locais".