O presidente do Município de Leiria, Raul Castro, disse hoje, durante a reunião de câmara, que as obras de acesso em algumas estradas que vão dar a Fátima, no concelho de Ourém, ainda não avançaram porque é necessário seguir os trâmites legais e lançar concursos públicos.

"Vai sair uma lei que vai permitir ao Município de Ourém fazer ajustes diretos sem grandes procedimentos, num conjunto de estradas à volta de Fátima. O concelho de Leiria não está abrangido por essa medida, mas estamos em contacto com o Governo para abrir esse regime de exceção para Leiria", adiantou o autarca do PS.

Raul Castro disse que "não faz sentido" que a Câmara de Leiria não seja contemplada com "essa possibilidade, ultrapassando as regras, pois não vai haver tempo de concluir as obras de acesso a Fátima".

O presidente garantiu que, se o Governo também proporcionar a Leiria realizar ajustes diretos para estas intervenções, o município está em "condições financeiras para avançar".

"Se não houver luz verde, a Câmara terá de seguir os procedimentos previstos na lei e, com muita pena, teremos uma má imagem", vincou.

Raul Castro revelou estar preocupado com o "mau estado" da Estrada Nacional (EN) n.º 113, onde "circulam diariamente muitos carros" e que "não está englobada no pacote de arranjos que o Governo quer fazer nas estradas nacionais".

As declarações do presidente da autarquia surgiram em resposta aos vereadores do PSD, que questionaram a câmara sobre as obras nos acessos a Fátima. O vereador Álvaro Madureira lembrou que a autarquia tinha prometido "uma série de intervenções para maior segurança dos peregrinos e dos residentes nos acessos a Fátima antes da vinda de Sua Santidade".

O vereador do PS, Lino Pereira, responsável pelo pelouro das Obras Municipais, referiu ainda que, "há dois anos", dois secretários de Estado anunciaram linhas de apoio e candidaturas e pediram que para esperar pelas regras para ser feito "tudo de acordo com aquilo que tinham em perspetiva".

No entanto, segundo disse Lino Pereira, "hoje ainda não há solução e é a própria câmara que decidiu avançar com o projeto da EN 357, estando na fase final de aprovação do estudo prévio, para depois ser lançado o concurso público".