Esta intenção foi transmitida à Lusa pelo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), na sequência de uma reunião entre os comerciantes e a Junta de Freguesia de Arroios, que se realizou na quarta-feira e na qual se discutiu o pagamento das taxas e licenças de publicidade.

As obras para alargamento do cais da estação do metro de Arroios iniciaram-se em julho de 2017 e, inicialmente, estavam previstas terminar em janeiro de 2019, contudo estão atrasadas e o novo prazo remete para o segundo semestre de 2019.

Os comerciantes queixam-se que estão a perder clientes e que muitas já fecharam portas, considerando ser injusto pagar taxa por uma publicidade que fica “escondida” pelos tapumes da obra.

À Lusa, o vereador Miguel Gaspar disse que essas taxas não são cobradas desde janeiro deste ano.

“Estamos a perceber se é suficiente um ato da Câmara e da Junta [para os comerciantes ficarem isentos do pagamento da taxa] ou se tem de ir alguma coisa à Assembleia Municipal. É, de facto, nossa intenção não os cobrar”, garantiu.

Por seu lado, a presidente da Junta de Freguesia, Margarida Martins (PS), explicou que os comerciantes não estão isentos do pagamento dessas taxas, mas também não estão a pagá-las, encontrando-se “à espera de parecer” por parte da Câmara de Lisboa.

Miguel Gaspar disse ainda que o Metro mostrou “disponibilidade” para ver com os comerciantes se há estações com espaços comerciais “que eles possam usar para comunicação ou para montra, para minimizar o impacto daquela obra”.

No que respeita à duração da obra, a empresa esclareceu que se trata de “uma obra complexa que exige um significativo reforço da estrutura da estação existente”.

Em 29 de outubro, a comerciante e ex-presidente da União da Associação de Comerciantes e Serviços, Carla Salsinha, disse à Lusa, na sequência de uma outra reunião para se discutir a situação das obras, temer que a situação se alargue “muito além do previsto” e que, “dez anos depois do seu início”, as obras ainda não estejam terminadas.

“Acredito que as obras do metro e a requalificação da Praça serão um forte impulsionador” para o local, afirmou, dizendo acreditar também que vão afetar o seu negócio ao ponto de ponderar “sair daquela zona”.

O receio dos comerciantes em ter de encerrar os seus estabelecimentos comerciais persiste e a empresária acrescentou que, “se as piores expectativas se confirmarem, as obras determinarão a saída e o encerramento de empresas que, ao longo de décadas, investiram e criaram postos de trabalho na zona”, sendo que “já terão encerrado, pelo menos, 20 [lojas]”.

“Só na Praça do Chile já encerraram cinco”, lamentou.

Em informação prestada à Lusa, o Metropolitano admitiu que “está prevista a conclusão dos trabalhos da estação de Arroios no primeiro semestre de 2019”.

O vereador da Mobilidade esclareceu que “a data que está em cima da mesa é o final do primeiro semestre”, admitindo que seja possível haver um alargamento do prazo.

A estação do Metro de Arroios, na linha verde, encontra-se encerrada para obras desde julho do ano passado para alargar o cais, de forma a permitir que comboios com seis carruagens possam circular nessa linha.

As obras têm um custo estimado de sete milhões de euros.