"Nós poremos [o terreno] em hasta pública quando considerarmos que é o momento oportuno para a defesa dos interesses do município e para podermos ser bem-sucedidos", indicou o socialista Fernando Medina, aludindo a questões relacionadas com o mercado imobiliário e com a disponibilidade dos investidores.

Tal tentativa de venda também só acontecerá "num momento em que haja possibilidade de reunir o maior consenso [político] possível relativamente a esta operação", assinalou o responsável, que falava na reunião pública do executivo.

Ainda assim, para Fernando Medina, "o nível de confiança [...] diminuiu um pouco" devido ao "comportamento de alguns partidos com o aproximar das eleições autárquicas, relativamente à capacidade de estabelecer compromissos".

"Veremos se é possível fazer neste mandato", referiu, desvalorizando o facto de o terreno ainda não ter sido vendido, já que é propriedade do município "e não está a desvalorizar".

O terreno - que está delimitado pelas avenidas das Forças Armadas, da República e 5 de Outubro, com uma área de construção de 143 mil metros quadrados - já esteve em hasta pública duas vezes, por um valor base de 135,7 milhões de euros, sem que aparecessem interessados que preenchessem os requisitos.

Na última hasta pública, realizada em dezembro de 2015 (depois de a primeira tentativa de venda ter ocorrido em outubro desse ano), apareceram três interessados a solicitar a prorrogação do prazo para apresentar candidaturas, situação que a autarquia disse que iria avaliar.

Entretanto, o terreno foi usado para colocar o estaleiro das obras de requalificação do denominado eixo central da cidade, abrangendo Saldanha e Picoas.

O tema foi levado à reunião desta tarde pelo vereador social-democrata António Prôa, que questionou quando haverá nova hasta pública.

O eleito do PSD perguntou também se a maioria socialista estaria "disponível para rever as condições da hasta pública, nomeadamente no que diz respeito à repartição dos usos".

Segundo o programa do concurso, a superfície destinada ao comércio não pode ser superior a 25%, a da habitação não pode ser inferior a 25% nem exceder 35% da superfície total e 30% do terreno tem, obrigatoriamente, de ser área verde.

"A explicação que encontramos para não ter havido sucesso [na venda] é porque a Câmara não adequou a procura à proposta que fez", defendeu António Prôa, sugerindo aumentar a percentagem do uso destinado a habitação.

Sobre esta questão, Fernando Medina informou desconhecer "alguma vontade para haver aumento da percentagem de habitação naquela zona".

"A habitação naquela zona da cidade é uma habitação que está com valores muito significativos por metro quadrado", observou, argumentando que "a necessidade evidente" na cidade se prende com a oferta de escritórios e para empresas que necessitem de espaços com grande dimensão".