Em comunicado enviado à agência Lusa, a câmara municipal assegurou que vai “continuar a lutar contra a redução do horário da Estação de Correios de Viana do Alentejo”, a funcionar, atualmente, entre as 09:00 e as 12:00, e “contra a intenção" de a encerrar e transformar num posto dos CTT, alertando que “a verificar-se esta situação [o encerramento], a população vê-se privada de serviços essenciais com repercussões em toda a economia local”.

O possível fecho desta estação dos CTT, assim como das existentes em Alvito e Cuba, no distrito de Beja, foi denunciado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), a 26 de junho, alegando que o fecho das estações dos CTT de Alvito e de Viana do Alentejo está "por dias" e que o de Cuba está a ser tratado "sorrateiramente".

No comunicado, o SNTCT lembrou ainda que a empresa CTT fechou, nos últimos meses, as estações das vilas de Almodôvar, Vidigueira e Barrancos (Beja), substituindo-as por postos de correios geridos por privados. "O Alentejo e os alentejanos estão debaixo do fogo cerrado da gestão dos CTT, que lhes encerra estações de correio a eito, porque os que ali vivem são poucos e, aparentemente, tão pobres, que nem um balcão do Banco CTT merecem", lamentou o sindicato.

No comunicado agora divulgado, após uma sessão de esclarecimento na sede de concelho, a Câmara de Viana do Alentejo frisou ser “frontalmente contra a redução de serviços prestados às populações” pelos CTT e prometeu ações de protesto, mas sem indicar quais, com o envolvimento da comunidade e de instituições locais.

Para justificar a necessidade de manutenção da estação de correios, o município invocou a “ausência de transportes públicos” e o facto de “uma parte considerável da população ser idosa e não ter recursos económicos para fazer face a esta situação”.

A autarquia, que disse ter vindo a desenvolver esforços junto de “diversas entidades” para que “os serviços se mantenham”, exigiu ainda às entidades competentes que “assumam as suas responsabilidades na resolução de um problema que afeta todo o interior do país” e que contribui “ainda mais para a sua desertificação”.

Aquando da denúncia do sindicato, fonte oficial dos CTT disse à Lusa que a empresa está “permanentemente a analisar os fluxos de procura pelas populações relativamente aos serviços postais” e que se evolui “para a solução mais adequada tendo em conta a conveniência, as necessidades de serviços, a disponibilidade horária e outros critérios relevantes, em articulação com as autoridades locais".

"Os CTT têm vindo a reforçar os pontos de acesso por todo o país, garantindo que as necessidades dos clientes estão asseguradas", disse a fonte, frisando que, atualmente, "existem mais pontos de acesso do que no final de 2017".