A proposta, aprovada por unanimidade, foi apresentada pelo presidente do município, José Maria Costa, na sequência da notificação que a Autoridade Tributária e Aduaneira enviou à fundação Gil Eannes.
"Pela primeira vez fomos surpreendidos com essa notificação da Autoridade Tributária para que o navio-museu se inscrevesse para ser contribuinte do município", afirmou.
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário, o autarca socialista explicou que a proposta hoje aprovada vai ser submetida à apreciação da Assembleia Municipal.
"A fundação reúne todos os requisitos para estar isenta desse pagamento", sustentou o autarca, que também preside àquela fundação, criada em 1998, mas que não votou na proposta.
José Maria Costa adiantou que "a fundação procedeu à inscrição para cumprir a lei" e salientou que "o navio-museu se enquadra no espírito das isenções fiscais visto que prossegue um fim público de promoção da cultura".
"Não visa o lucro, mas a promoção da cultura e o desenvolvimento junto dos jovens, do gosto pelo mar e pela nossa cultura marítima", especificou.
Em 2018, o “Gil Eannes” foi classificado pelo TripAdvisor como o sétimo melhor museu a nível nacional nos Travellers' Choice Awards.
Nesse ano, o navio-museu recebeu mais de 90 mil visitantes, "esperando atingir, em julho de 2019, um milhão de visitantes, desde 1998", ano em que foi resgatado da sucata e transformado em museu.
O antigo navio-hospital foi construído em 1955, nos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa nos mares da Terra Nova e Gronelândia.
Também foi navio-capitania, navio-correio, navio-rebocador, garantindo abastecimento de mantimentos, redes, isco e combustível aos navios da pesca do bacalhau.
O regresso à capital do Alto Minho aconteceu em 31 de janeiro de 1998.
Ao longo de vários meses foi recuperado nos ainda ENVC - onde tinha sido construído meio século antes -, e no verão desse ano abriu portas como navio-museu, gerido pela fundação, de iniciativa municipal.
As visitas ao navio consistem na passagem pela ponte de comando, cozinhas, padaria ou pela casa das máquinas, mas também pelo consultório médico, sala de tratamentos, gabinetes de radiologia e bloco operatório.
A bordo existe ainda um simulador que permite navegar, virtualmente, a saída da barra de Viana do Castelo.
Em novembro de 2014, abriu portas a bordo do navio o Centro de Mar que representou um investimento de 550 mil euros financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte.
O projeto do Centro de Mar, que nasceu em 2008 no seio da extinta Valimar, associação de municípios do Vale do Lima e transitou para a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, começou por ser desenhado por Ernâni Lopes, enquanto fundador da Saer - Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco.
O novo espaço dispõe, entre outras valências, de equipamentos multimédia, áreas de apoio ao empreendedorismo e economia náutica, e permite experiências audiovisuais interativas.
O navio foi ainda dotado de um percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do Castelo e de um Centro de Documentação Marítima.
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