“Esta verba extraordinária para os bombeiros voluntários resultou da minha presença na ceia de Natal, em que verifiquei, com tristeza, que estava em causa o próprio pagamento do subsídio de Natal aos próprios efetivos dos bombeiros”, contou aos jornalistas o presidente da câmara, no final da reunião pública de hoje.

António Almeida Henriques (PSD) explicou que, para conseguir ajudar os ‘soldados da paz’, recorreu a um “reforço extraordinário de cinco mil euros”, que se juntam aos três mil euros “já angariados na venda do catálogo da exposição fotográfica “O dever da memória”, sobre os incêndios de outubro de 2017 e que está patente na Quinta da Cruz, em Viseu, até ao final do ano.

A exposição foi inaugurada pelo Presidente da República.

“Vamos avançar com mais exposições nessa área e a expectativa é que possamos realizar mais dois mil euros. No fundo, estamos a antecipar cinco mil euros que resultam do que tinha sido anunciado”, ou seja, a venda dos catálogos, que revertia para os bombeiros voluntários, disse.

O autarca afirmou que deu “instruções para que ainda hoje seja processada para a conta dos bombeiros” a verba de 10 mil euros, “para que ainda hoje possa ser possível pagar os subsídios de Natal”, uma vez que, no seu entender, “é o mínimo de dignidade”.

Neste sentido, o autarca lamentou que esta “sensibilidade da autarquia em relação aos bombeiros não seja também acompanhada por outras instituições que tinham a obrigação de a ter” e, sem querer particularizar, lembrou “a queixa permanente dos bombeiros do atraso de instituições, quer nacionais, quer da administração desconcentrada”.

“Infelizmente, eu diria infelizmente, tivemos de aprovar hoje um apoio extraordinário, porque se as coisas corressem com normalidade os bombeiros não estavam com esta dificuldade de tesouraria, porque não é orçamental, é de tesouraria para pagar os subsídios”, reforçou António Almeida Henriques.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viseu, Carlos Costa, tem vindo a público queixar-se da dívida do Estado aos Bombeiros Voluntários de Viseu, que “é superior a 100 mil euros, pondo em risco o cumprimento salarial e o próprio combustível para a prestação de socorro e transferência de doentes".