“Estamos neste momento nos procedimentos tendentes à aquisição da totalidade da ilha. Esses procedimentos passam por avaliações preliminares dos contactos com os proprietários, o que está em curso”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o Pedro Baganha.

O vereador do Urbanismo, que falava à margem da reunião privada do executivo na qual o tema foi levantado pela vereadora da CDU, adiantou ser, no entanto, “muito prematuro” indicar o futuro daquela ilha, situada nas Fontaínhas e que em 07 janeiro foi uma das zonas da cidade afetada por fortes chuvas e enxurradas.

“O primeiro passo é comprar a ilha na totalidade. O segundo passo é perceber quais são as condições geofísicas daquele território. Não nos podemos esquecer que, por debaixo dessa ilha, passa uma ribeira e foi essa ribeira que provocou os problemas em janeiro”, observou.

Segundo Pedro Baganha, a passagem da ribeira das Patas naquele local torna necessário desencadear um “estudo hidrológico”.

“Não nos podemos esquecer que o Plano Diretor Municipal prevê para aquela zona uma bacia de retenção, um mecanismo para resolver essas enxurradas rápidas”, acrescentou, dizendo, no entanto, que “todas as possibilidades estão em aberto”.

“O fator primordial é a segurança das pessoas e bens”, notou.

O vereador acrescentou ainda que duas das quatro famílias que viram as suas casas interditadas pela Proteção Civil por motivos de segurança na sequência das enxurradas já foram realojadas pela câmara.

Quanto às outras duas famílias, uma aguarda pela conclusão da reabilitação de um fogo, prevista para o final de junho, uma vez que manifestou “vontade em permanecer" na freguesia do Bonfim, e outra “têm soluções habitacionais” junto do agregado familiar, tendo “prescindido” do realojamento por parte do município.

Também em declarações aos jornalistas, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, destacou a necessidade das famílias que ali vivem serem "acompanhadas", tendo em vista a "melhoria" das condições de habitabilidade e de forma a "evitar" que, de futuro, "existam novos problemas".

Já o vereador do BE, Sérgio Aires, afirmou estar "satisfeito" com a solução encontrada pela autarquia, dizendo, no entanto, esperar que "este tipo de postura se generalize a outros locais e problemas da cidade que estão na mesma circunstância".

Na reunião do executivo de 16 de janeiro, no decorrer da discussão em torno de uma proposta apresentada pelo BE para que as famílias daquela ilha fossem realojadas, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse ser preciso, inicialmente, "olhar para o território".

"Provavelmente, há partes daquele território onde não deve haver alojamento", disse, acrescentando que nessas zonas, poderá vir a ser "mais prudente" criar bacias de retenção de água.

Destacando que o município tem "investido milhões na consolidação das escarpas" e que, ainda assim, "elas têm a patologia que têm", Rui Moreira salientou que o objetivo neste momento é adquirir as habitações.

"Não gostaríamos de avançar para a expropriação, acreditamos que vai ser possível chegar a acordo com os [proprietários] privados", referiu, dizendo que a "vontade maioritária" dos proprietários é vender as casas.

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