A decisão foi tomada na sequência de uma reunião hoje realizada, no Porto, por iniciativa do presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, com os autarcas dos municípios servidos pela STCP.
Em comunicado, Câmara do Porto aponta que as linhas 55, 69 e 70 da Empresa de Transportes Gondomarense (ETG), atualmente com o seu término na Rua Alexandre Braga, passarão "temporariamente" para o Campo 24 de Agosto.
Na nota lê-se que esta alteração acontece "enquanto as condições de segurança da empreitada de requalificação da Avenida de Fernão de Magalhães o permitam", sendo assim adiada a transferência definitiva do término para o Interface do Dragão.
"Esta solução será temporária e abrange apenas as citadas linhas, ficando a data definitiva de alteração do término para o Interface do Dragão dependente da evolução das condições de segurança decorrentes das obras na Avenida de Fernão de Magalhães e do futuro túnel de acesso à cave logística do Mercado do Bolhão", refere a nota publicada pela autarquia do Porto no seu ?site' oficial na Internet.
"Todas as restantes alterações anunciadas manter-se-ão inalteradas, ou seja, com términos no Interface do Dragão. Esta solução de transferência faseada permitirá uma transição mais gradual para o terminal do Dragão. Estas medidas de faseamento de algumas linhas mereceram a compreensão dos autarcas presentes", acrescenta o comunicado.
Contactado pela Lusa, Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, um dos concelhos cujos munícipes são afetados por esta decisão da autarquia do Porto, considera que a medida ficou aquém do desejado.
"Registamos que a Câmara do Porto tenha recuado parcialmente, mas fica aquém daquilo que gostaríamos e daquilo que são os interesses das populações", disse.
Já o presidente da Câmara de Valongo, cuja população é igualmente afetada pela transferência do término de autocarro para o Dragão, lamentou o "tratamento discriminatório".
"Trata-se de uma solução temporária que não vai evitar um tratamento discriminatório ao nível da mobilidade dentro da Área Metropolitana do Porto", disse José Manuel Ribeiro em declarações à agência Lusa.
A Câmara do Porto anunciou no dia 15 que, a partir de 5 de fevereiro, linhas de operadores privados de transportes públicos ficam impedidas de entrar no centro do Porto (Bolhão), deixando os passageiros na estação de metro do estádio do Dragão.
Em causa estão alterações nas carreiras de serviço público que entram na cidade do Porto, vindas de concelhos vizinhos pelo canal de S. Roque da Lameira, uma opção que gerou polémica e já motivou tomadas de posição nomeadamente da Câmara de Gondomar e Valongo, bem como de várias juntas de freguesia.
Também a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), numa carta enviada à Área Metropolitana do Porto, bem como às câmaras do Porto, Gondomar e Valongo, considerou que esta decisão gerou um "clima de desconfiança" e "indignação" nas empresas privadas.
Já no dia 21, em declarações à agência Lusa, o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que esta entidade "não tem tradição de pronúncias vinculativas sobre alteração de trajetos", apelando ao diálogo entre os autarcas e hoje, numa reunião marcada por sua iniciativa, foram definidas alterações ao anúncio inicial da Câmara do Porto.
Assim transitam a 05 de fevereiro para o Terminal do Dragão as linhas 33 (Valongo), 34 (Terronhas), 27/29 (Boca da Foz do Sousa), operada pela ETG; 5 (com destino a Modelos), da AE Martins; a linha 106/514, para Paços de Ferreira (por Frazão e São Roque), operada pela Pacence/Landim; e a linha 1 para Penafiel, operada pela Valpi.
Já a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) "mantém-se na Baixa", como é referido na nota, usando a Rua do Bolhão, para onde transitam os términos das linhas que terminavam em Alexandre Braga.
Comentários