O Parque da Pontinha Sul (387 lugares) e o da Azinhaga da Cidade (165 lugares) deverão ser incluídos num novo projeto da CML que o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia Correia (CDS-PP), considerou hoje “muito marcante em termos de políticas de mobilidade” e que será lançado no próximo ano.
“Chamemos-lhe os ‘parques navegante’: são um conjunto de parques que visam abranger quase dois mil lugares de estacionamento. Nós, no fundo, estamos a permitir que as pessoas que tenham o passe Navegante possam parar o carro nesses parques e depois movimentar-se na cidade com os passes, portanto, usando os transportes públicos”, disse o autarca responsável pelo pelouro das Finanças, durante a apresentação do orçamento municipal para 2024, nos Paços do Concelho.
Além dos dois parques que a autarquia espera inaugurar no próximo ano, serão afetos a este sistema os parques da Ameixoeira (489 lugares), Telheiras Poente (155 lugares), Telheiras Nascente (106 lugares), Avenida de Pádua (248 lugares) e Colégio Militar (415 lugares), num total previsto de 1965 lugares.
“Estamos a falar de um conjunto de parques muito relevante em várias zonas da cidade e que têm ao seu alcance transportes públicos. Portanto, o objetivo é precisamente que, com o passe Navegante, cada vez mais nós tenhamos acesso a soluções de intermodalidade e de soluções integradas de mobilidade, promovendo o uso dos transportes públicos”, afirmou.
Além destes dois, a CML espera também em 2024 inaugurar um parque de estacionamento na Travessa do Bahuto, em Campo de Ourique.
Na mobilidade, o orçamento da autarquia é de 289 milhões de euros (ME), a maior parte relativo aos orçamentos da Carris (183 ME) e da EMEL (74 ME).
Em 2024, o orçamento municipal prevê gastar 14,9 ME no programa de passes gratuitos para estudantes e seniores.
Quanto à mobilidade suave, a autarquia lisboeta prevê um investimento de 14,3 ME em 2024 e 2025 para ter 19 novas ciclovias (mais 17 quilómetros) e 23 novas ligações entre vias da rede ciclável (mais 11,4 quilómetros).
“Se possível ainda em 2024”, a rede de bicicletas Gira deverá chegar a todas as juntas de freguesia de Lisboa, com mais 36 estações, disse ainda o autarca.
No próximo ano, a autarquia espera investir 25 ME em transportes públicos no âmbito de um plano de investimentos de 165 ME entre 2024 e 2027, para que a cidade chegue a 2027 com 87% da frota descarbonizada.
Anacoreta Correia destacou que a maior parte deste investimento na frota está a ser feito com fundos próprios, mas Lisboa, “apesar das más condições políticas que todos conhecemos”, tem a expectativa de conseguir financiamento europeu para este projeto “muito importante e de largo alcance”.
“Aquilo que era a nossa aspiração é que nós possamos beneficiar de financiamento europeu a este propósito, [Plano de Recuperação e Resiliência] PRR, com quadros de apoio. É absolutamente decisivo, aconteceu na maior parte das cidades e das capitais europeias e isso permitir-nos-ia manter o nível de investimento ambicioso, mas também antecipar as redes de carbono”, considerou.
Ainda na área dos transportes, a Câmara de Lisboa espera que no próximo ano seja possível ao elétrico 15 chegar até ao Jamor, em Oeiras, e aponta para novos projetos, como a extensão da linha do elétrico 15 de Santa Apolónia até ao Parque das Nações: “Daí poderemos partir também para uma ligação à Alta de Lisboa”, afirmou.
“São projetos que nós estamos a trabalhar e que esperamos que em 2024 possam conhecer um avanço”, disse.
A Câmara de Lisboa apresentou hoje um orçamento de 1,3 mil milhões de euros para 2024, “bastante alinhado” com o deste ano (1,3 mil milhões), apesar de o saldo de gerência ser “bastante inferior”, anunciou o vice-presidente da autarquia.
“É um orçamento que, em termos de dimensão, está bastante alinhado com a dimensão do do ano passado”, afirmou Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP) na apresentação da proposta de orçamento municipal de Lisboa para 2024.
Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.
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