Seis ministros e os respetivos secretários de Estado trabalham a partir de hoje no Campus XXI, no edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), junto ao Campo Pequeno, em Lisboa.

A Caixa Geral de Depósitos e o anterior Governo do PS já tinham acordado que o banco sairia do seu atual edifício-sede, no Campo Pequeno (Av. João XXI, em Lisboa) para o executivo aí concentrar aí vários ministérios. Contudo, a CGD ainda manterá aí serviços até 2026.

Quem está no Campus XXI?

O edifício acolhe agora o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o ministro da Economia, Pedro Reis, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

Além destes seis ministros e dos seus secretários de Estado, transitaram para a CGD os dois secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares, mantendo-se o ministro da pasta, Pedro Duarte, na Assembleia da República.

Ou seja, no total ficarão já concentrados no mesmo edifício 23 membros do Governo, quase 39% do total do executivo, composto por 59 elementos (primeiro-ministro, 17 ministros e 41 secretários de Estado).

O Conselho de Ministros passa a acontecer neste edifício?

Sim, mas não imediatamente. O ministro da Presidência indicou que a próxima reunião do Conselho de Ministros será descentralizada e acontecerá "no centro-norte do país" e afirmou que, se a reunião seguinte for especializada, ainda que seja na região de Lisboa, pode não ser feita no edifício do Campos XXI.

"No mês de julho reunir-se-á aqui. O próximo Conselho de Ministros geral a realizar em Lisboa será aqui", afirmou António Leitão Amaro, que estimou esta reunião "numa das duas próximas semanas".

Qual o espaço para estas reuniões?

O ministro da Presidência disse hoje que a sala onde se vai reunir o Conselho e Ministros não é aquela que o anterior governo tinha definido, mas sim aquela onde estava previsto ser instalado o seu gabinete.

Essa sala "está pronta", indicou, referindo que o Conselho de Ministros "não voltará a ser na sala onde esteve provisoriamente durante dois anos".

A última reunião do anterior governo, liderado por António Costa, realizou-se naquele edifício e contou com a presença do Presidente da República, que visitou antes da reunião o espaço destinado a acolher o executivo, juntamente com o então primeiro-ministro e a anterior ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

O ministro da Presidência indicou ainda que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, também terá um gabinete neste edifício, junto à sala do Conselho de Ministros, algo que foi antecipado face ao plano inicial.

Qual a vantagem de concentrar os ministérios num único edifício?

Segundo o ministro, esta decisão implica uma grande poupança. "Vindo para aqui, estima-se num ano normal pouparmos cerca de 19 a 20 milhões de euros só em custo de espaços, rendas, logística, limpeza, segurança, eletricidade, frota automóvel", afirmou António Leitão Amaro.

Tendo ao seu lado a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, o governante destacou que esta concentração é uma "oportunidade de economizar dinheiro aos contribuintes".

"Claro que há um trabalho que vem de trás, claro que há um investimento para que o Estado, o Governo e a administração pública aqui se centrem, mas é um investimento que traz muitas poupanças no dia a dia", salientou.

Leitão Amaro indicou que esta mudança "permitirá libertar três edifícios que são arrendados a privados" e sobre os quais o Governo deixará de pagar renda, e que no total, "ao longo destes dois anos, 27 edifícios do Estado que podem ser colocados ao serviço das pessoas".

O ministro da Presidência assinalou que essas quase três dezenas de edifícios têm diferentes características e anunciou que o Governo conta "no fim do verão apresentar ao país um plano de aproveitamento desses edifícios".

"Esse plano de reafetação vai estar assente nas características dos imóveis, tentando maximizar" a receita e "os que tiverem aptidão habitacional terão esse fim", assegurou.

No arranque da conferência de imprensa, o ministro da Presidência afirmou que esta será "a casa do Governo e a casa do Estado para o século XXI", constituindo "o princípio do futuro do Estado, da administração pública mais eficiente, melhor a responder aos cidadãos e, já agora, mais económica para os contribuintes".

"Trabalhamos mais juntos, trabalhamos mais próximos, trabalhamos mais coordenados em equipa. É possível dar melhores respostas, mais rápido e de uma forma mais participada e mais colaborativa. É por isso um novo paradigma de atuação do Estado, do Governo e da Administração Pública", sustentou.

*Com Lusa