Os manifestantes, muitos deles vestidos de Pai Natal, concentraram-se cerca das 17:30 no Largo Camões e desceram a Rua Garrett rumo ao Rossio, a cantar a música tradicional de Natal “O menino está dormindo”, mas com a letra alterada.

“O Governo esteve dormindo| À sombra da maioria| Corrupção e inflação| Aumentam a cada dia| Fizeste asneira da grossa| E isso foi-te fatal|Ó Costa estás de saída| Não chegaste ao Natal| O aumento das pensões| Foi presente envenenado| São apenas uns tostões| Não vamos ficar calados|”, cantavam os manifestantes, ao descer a rua Garrett sob o olhar curioso dos turistas, que levantavam os telemóveis à passagem do desfile para registarem o momento.

O protesto promovido pela União dos Sindicatos de Lisboa, uma “marcha popular de Natal” com direito a arcos semelhantes aos das marchas lisboetas, mas com cartazes em vez de flores de papel a exigir aumento dos salários e pensões e 35 horas semanais de trabalho, visou “denunciar e combater as gritantes desigualdades e injustiças sociais”.

Dois homens vestidos de “capitalistas”, de fato e cartola, de charuto na mão e com os logótipos de vários hipermercados colados na roupa destacavam-se entre os manifestantes que gritavam “para os patrões são milhões, para os salários são tostões” ou “não podemos aceitar empobrecer a trabalhar.

A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, que encabeçou o desfile, disse à Lusa que o desfile se integra num conjunto de ações que estão a ser realizadas em várias cidades do país para “denunciar a degradação das condições de vida e de trabalho” em Portugal.

“É preciso mudar de opções, mudar de política, garantindo resposta aos problemas e necessidades dos trabalhadores e dos pensionistas”, disse Isabel Camarinha, acrescentando que “isso exige respostas no imediato para os salários”.

A CGTP reivindica um aumento geral dos salários em 15% para 2024 com um mínimo de 150 euros para os trabalhadores.