Francisco Assis, antigo presidente da bancada do PS e cabeça de lista socialista nas eleições europeias de 2014, foi proposto na sexta-feira pela líder parlamentar do seu partido, Ana Catarina Mendes, para o cargo de presidente do CES.

Uma eleição que implica uma maioria de dois terços entre os 230 deputados da Assembleia da República - fasquia que impõe um acordo entre PS e PSD.

Na reunião de hoje da Comissão Nacional do PS, José Abraão, também destacado dirigente da UGT, foi o primeiro a fazer um rasgado elogio à escolha de Francisco Assis, que tem estado contra a linha política de entendimentos à esquerda seguida pela direção de António Costa desde 2015.

Elogios a Francisco Assis, de acordo com fontes do PS, foram também feitos pela presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, a deputada Elza Pais.

Durante a reunião da Comissão Nacional do PS, segundo as mesmas fontes, os membros mais ligados à ala esquerda dos socialistas optaram por não se pronunciar sobre a candidatura à presidência do CES de Francisco Assis, que pertenceu à direção do anterior líder, António José Seguro.

Francisco Assis afastou-se da primeira linha política depois de não ter integrado a lista para o Parlamento Europeu em maio de 2019. Depois, recusou fazer parte das listas de candidatos a deputados nas eleições legislativas de outubro passado.

Conotado com a ala direita do PS e ideologicamente de centro-esquerda, Francisco Assis tem criticado as limitações reformistas de ordem política, social, económica e mesmo cultural decorrentes de governos em que os socialistas se encontrem "amarrados" a compromissos com o Bloco de Esquerda e com o PCP.

No plano interno, tal como o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, Francisco Assis tem criticado conceções que considera conterem forte inspiração marxista, traduzidas em dualismos absolutos e simplistas entre esquerda e direita, e que diz serem defendidas por vários atuais dirigentes do PS, sobretudo da linha do atual ministro Pedro Nuno Santos.

No entanto, o líder parlamentar socialistas dos tempos de António Guterres e de José Sócrates tem separado desse plano o secretário-geral socialista, António Costa, elogiando o seu pragmatismo governativo e, principalmente, a sua atuação na política europeia.

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