“A Venezuela condena as ações ilegais e coercivas do Governo de Donald Trump contra o povo venezuelano e as suas instituições constitucionais. Desta vez, eles desrespeitam o STJ, na pessoa do seu presidente, Maikel Moreno, com falsas acusações e a oferta de recompensas ao estilo dos ‘cowboys’ do selvagem e longínquo oeste”, lê-se num comunicado da diplomacia venezuelana.

O documento, divulgado em Caracas pelo Ministério de Relações Exteriores, faz referência ao anúncio na terça-feira pelos de uma recompensa de 5 milhões de dólares (4,37 milhões de euros) por informações que levem à detenção e julgamento do presidente do STJ, Maikel Moreno.

“A Venezuela denuncia perante a comunidade internacional a perseguição obsessiva da elite governante norte-americana contra o governo e o povo venezuelano, fabricada com falsas premissas e acusações. O Estado venezuelano aplicará leis nacionais e internacionais. Esta nova agressão será adicionada ao processo contra funcionários norte-americanos que a Venezuela apresentou ao Tribunal Penal Internacional”, explica.

Caracas afirma ainda que “o povo dos EUA merece um governo que se destaque por respeitar o Direito Internacional, não por o violar” que “estabeleça vínculos pela sua capacidade de diálogo e não por esbanjar em gastos militares”.

Por seu lado, e também num comunicado, Mikel Moreno diz que as acusações contra si são “cobardes e infundadas” e que aquele organismo continuará a trabalhar para oferecer um serviço eficiente que garanta o acesso à justiça.

“Não é a primeira vez que os porta-vozes do império americano tentam atacar-me, nas suas tentativas obtusas e desesperadas, cheias de manipulações e mentiras, através das quais procuram subverter as instituições democráticas e a paz na Venezuela, mas não o poderão fazer porque a independência e a soberania da pátria não estão em disputa”, sustentou.

Os Estados Unidos anunciaram terça-feira uma recompensa de 5 milhões de dólares (4,37 milhões de euros) por informações que levem à detenção e ao julgamento do presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, Maikel Moreno.

Num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acusou também Moreno, considerado próximo do regime de Caracas, e mulher, de envolvimento numa “corrupção significativa”.

Pompeo afirmou que Maikel recebeu “subornos para influenciar o resultado” de casos criminais e civis na Venezuela e foi acusado pela justiça norte-americana por “branqueamento de capitais”.

“[Nos últimos anos, Maikel] recebeu pessoalmente ‘luvas’ em dinheiro e em bens materiais para influenciar processos civis e criminais”. Recebeu ‘luvas’ em troca de decisões judiciárias”, favorecendo a libertação de vários réus ou a classificação de certos casos, acrescentou o secretário de Estado norte-americano.

Na “lista negra” do Tesouro norte-americano desde maio de 2017, o presidente do Tribunal Supremo de Justiça venezuelano juntou-se hoje, tal como a mulher, à do Departamento de Estado por “corrupção”.

A decisão “reafirma o empenho dos Estados Unidos no combate à corrupção e ao crime organizado transnacional na Venezuela”, sublinhou Pompeo.

O Governo de Donald Trump tem multiplicado as sanções e as pressões sobre dirigentes políticos da Venezuela para tentar afastar do poder o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, a quem Washington não reconhece legitimidade.

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