“Gosto muito dele e conheço-o muito bem. Fará falta no Governo, mas ajudar-nos-á a sentir menos o que nos falta noutras áreas de intervenção política e partidária”, lê-se numa mensagem publicada por Carlos César na rede social Facebook.

O presidente do PS considera que o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação “quis sair do Governo pelas razões que, com grande sobriedade e sentido de responsabilidade, explicou”.

“Demonstrou no Governo também outra qualidade, para além da sua indiscutível competência: a constante solidariedade para com os seus colegas de Governo”, refere.

Nesta mensagem – ilustrada por uma foto em que se vê Carlos César acompanhado por Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes -, o presidente do PS diz estar a seguir, desde a Irlanda, “as historietas de alguns comentadores e políticos, desde o inefável [João Paulo] Batalha ao estridente [André] Ventura, que gostariam de uma dissolução da Assembleia para ter mais caos ao seu jeito”.

“São uma prova do papel dessa gente que só ouvimos porque a democracia é assim mesmo”, frisa.

De seguida, Carlos César estabelece diferenças entre a atual situação governativa e outras que levaram à dissolução da Assembleia da República, salientando que “parece que ninguém se lembra da evidência contrária e distintiva destes últimos acontecimentos, envolvendo escolhas no Governo, que não se comparam com outras situações graves”.

“Por exemplo, no que toca ao ocorrido com Santana Lopes é bom lembrar que era um primeiro-ministro por procuração de Durão Barroso”, refere.

Por oposição, Carlos César frisa que “António Costa é um líder de Governo por eleição” e, “como Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de salientar na posse do Governo”, trata-se de “alguém com excecional legitimidade e votação”.

“Vamos adiante… logo que o Presidente regresse do Brasil, para a posse dos membros que estão agora em falta no Governo. Juntos, conseguimos!”, conclui Carlos César.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, demitiu-se na quarta-feira à noite para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro.

Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, da pasta do Tesouro, no centro da polémica com a indemnização, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.

A Iniciativa Liberal já anunciou uma moção de censura ao Governo, no parlamento, onde o PS tem maioria absoluta.