Carlos César falava aos jornalistas no final da reunião da Comissão Nacional do PS, em Lisboa, depois de confrontado com o teor do artigo escrito por Cavaco Silva no jornal Expresso, no qual sustenta que o atual Governo “apoiado pelos partidos da extrema-esquerda, não foi capaz de aproveitar as boas condições de sustentabilidade da economia portuguesa herdadas” do executivo PSD/CDS.

O presidente do PS começou por alegar que não conhece esse artigo de opinião e que não o leu.

“Estou sempre muito desatualizado em relação à produção literária do professor Cavaco Silva”, justificou o antigo presidente do Governo Regional dos Açores entre 1996 e 2012.

Em relação à reunião da Comissão Nacional do PS, Carlos César defendeu que foi caracterizada “por um clima de grande unidade e de grande confluência no PS”.

“Com mais de 240 participantes nesta reunião da Comissão Nacional do PS, para os órgãos nacionais do PS houve votações largamente maioritárias. Todos os órgãos [de direção ou Comissão Política] foram eleitos com mais de 90% dos votos, o que constituiu uma demonstração muito grande da unidade que hoje se vive no partido”, advogou.

Em relação aos resultados das eleições autárquicas do passado dia 26 de setembro, o presidente do PS deixou um recado sobre os municípios em que os autarcas do seu partido vão ser oposição, considerando essencial que se faça uma “oposição construtiva”.

“Saímos de uma eleição autárquica em que o PS foi vencedor, mas ainda assim com menos votos e menos presidências de câmaras. Isso significa uma chamada de atenção para seremos melhores em tudo. A humildade deve fazer parte da conduta dos que foram eleitos e dos que terão a responsabilidade de ser oposição construtiva nos diversos municípios”, frisou.

Carlos César, no entanto, nestas suas declarações, não especificou qualquer caso concreto, nem mesmo o de Lisboa, onde o executivo que será liderado pelo PSD estará em minoria perante a esquerda.