"Nas circunstâncias atuais, dificilmente veria Catarina Martins como ministra dos Negócios Estrangeiros ou Jerónimo de Sousa como ministro da Defesa Nacional", comentou o também líder parlamentar do PS em entrevista à rádio Antena1, da RTP.
Confrontado com a ambição já manifestada pela coordenadora do BE de levar o partido para o Governo, Carlos César considerou que isso só poderia acontecer se os bloquistas alterassem os seus posicionamentos, numa alusão a matérias relacionadas com a União Europeia ou com a Defesa nacional.
"Penso que o cenário mais fácil é o da repetição desta experiência, naturalmente com outros acordos, visto que estes foram esgotados neste exercício", defendeu, considerando, porém, que "o PCP e o BE têm de ir além de uma perspetiva sindical com que abordam muitos dos temas" e manifestando expectativa quanto à explicitação das propostas dos comunistas e bloquistas na campanha eleitoral para as legislativas.
César considerou que os méritos da atual solução governativa "devem ser repartidos" pelo PS, PCP, BE e PEV e, quando questionado sobre a conclusão de Catarina Martins de que António Costa e Passos Coelho são iguais a lidar com os problemas do sistema financeiro, enquadrou essa afirmação na campanha eleitoral e na necessidade de agradar às "diversas composições internas" dos bloquistas.
O BE é "um partido com uma composição muito plural, até contraditória" e há muitas vezes a necessidade de "acalmar algumas dessas composições internas", argumentou.
Quanto às próximas eleições presidenciais, Carlos César não fechou a porta a um apoio socialista a uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa mas insistiu: "a eleição presidencial não é uma eleição partidária" e, por isso, os partidos apoiam os candidatos, não os lançam.
Sobre a regionalização, o líder parlamentar socialista admitiu como "muito provável que ainda não esteja em causa no próximo quadriénio".
Questionado pela jornalista Natália Carvalho, da Antena1, se vai ocupar o cargo de presidente da Assembleia da República na próxima legislatura, caso o PS ganhe as eleições, César começou por responder que nem sequer tencionava participar no atual ciclo da vida partidária, mas foi convidado pelo primeiro-ministro e aceitou ocupar cargos partidários.
"O PS deve prosseguir o caminho que está a fazer de renovação", defendeu, afirmando que "quando chegar o seu tempo", dará conta das conversas mantidas com António Costa sobre o seu futuro político.
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