“Eu não vou fazer comentários em relação ao que a senhora ministra disse até porque, como digo, tenho muitos pedidos à senhora ministra e pedidos muito importantes para a cidade, e é importante estar aqui nessa relação” , afirmou o social-democrata Carlos Moedas.
“Agora, melhorar as condições dos sapadores” tem sido “sempre um dos pedidos que tenho feito”, acrescentou.
O autarca, que falava à margem da inauguração de uma estação de bicicletas da rede Gira, junto ao Jardim de São Bento, respondeu assim à questão de como comentava as declarações da ministra Margarida Blasco de que os bombeiros sapadores “dependem das autarquias” e “não do Estado”.
Centenas de bombeiros sapadores ocuparam na quarta-feira a escadaria da Assembleia da República, num protesto que começou ao meio-dia, com rebentamento de petardos e queima de pneus, e se prolongou pela tarde.
Numa declaração no Palácio de São Bento, a titular da pasta da Administração Interna disse que “os bombeiros sapadores que se estão a manifestar em frente à Assembleia da República são bombeiros cujo patrão não é Estado, são bombeiros que dependem das autarquias”.
O presidente Câmara de Lisboa salientou que já tinha pedido ao anterior ministro e a Margarida Blasco a melhoria das condições dos sapadores, mas sobretudo para “exercerem a sua atividade”, investindo “cada vez mais nos equipamentos”.
“Investir naquilo que é o meu papel como presidente da câmara, mas, como sabe, não é o presidente da câmara que define os salários dos bombeiros em Portugal e dos bombeiros sapadores”, frisou Moedas.
“O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa sabe que eu estou com eles e solidário com eles. (…) Eu estou solidário com a causa. Estou solidário que nós temos que pagar melhor aos nossos bombeiros. Aliás, nós em Lisboa tentamos fazê-lo, pagando todas as horas extraordinárias”, vincou.
O social-democrata explicou que a autarquia tenta estar com uma equipa de bombeiros motivada e que fala “com o Governo”, mas reforçou: “Eu não sou o Governo, sou apenas o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e digo isto ao Governo em várias áreas, sobretudo na segurança”.
“Acho que a senhora ministra está a tentar resolver o problema. A senhora ministra tem estado desde o início muito articulada com as câmaras e com a Câmara Municipal de Lisboa para tentar resolver os problemas”, considerou Moedas, defendendo que é essencial “valorizar as carreiras dos sapadores bombeiros, assim como da polícia” e da “polícia municipal, mas para isso é preciso tempo”.
Questionado sobre os reparos do presidente da Câmara do Porto, de que as declarações de Margarida Blasco resultaram de um lapso, Carlos Moedas recusou fazer qualquer comentário quer sobre Rui Moreira, quer da ministra.
“A única coisa que eu gostava que fosse clara é que eu estou solidário com os bombeiros. Estou solidário pelo trabalho que eles fazem todos os dias, pelas suas causas e pela valorização das carreiras dos bombeiros, assim como das polícias, que neste país precisa ser valorizada, se nós queremos ter um país seguro”, reforçou.
Moedas inaugurou hoje, junto ao Jardim de São Bento, uma nova estação de bicicletas elétricas da rede Gira, da EMEL, sublinhando que é importante o investimento “em mobilidade suave” na cidade e, por isso, a autarquia está a “aumentar em mais de 90 quilómetros o número de ciclovias em Lisboa”.
Segundo o autarca, muitas das novas ciclovias serão em vias “30 mais bicicleta”, em que os carros só podem circular a 30 quilómetros/hora e “conviver com as bicicletas”, mas “muitas outras são ciclovias segregadas”.
A 160.ª estação da rede de bicicletas partilhadas Gira, na freguesia da Estrela, vai servir a zona da Assembleia da República e do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa.
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