Em comunicado, a Carris, informou que “se encontra em curso a negociação do Acordo de Empresa com todas as associações sindicais representantes dos trabalhadores”, mas, apesar do “processo de negociação estar a decorrer”, o STRUP – Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, afeto “à CGTP-IN, decretou um pré-aviso de greve” para terça-feira.

“Nesse dia, poderão ocorrer algumas perturbações no serviço regular de transporte”, salientou a empresa de transporte público rodoviário coletivo em Lisboa, acrescentando que, “por deliberação do Tribunal Arbitral, serão assegurados serviços mínimos para o período em que decorre” a greve.

Nesse sentido, a Carris destacou “o funcionamento a 100% das carreiras 703 [Charneca-Bairro Padre Cruz], 708 [Martim Moniz-Sacavém (Urb. Real Forte)], 717 [Praça do Chile-Fetais], 726 [Sapadores-Pontinha Centro], 735 [Cais do Sodré-Hospital de Santa Maria], 736 [Rossio-Odivelas], 738 [Estrada da Luz-Alto de Santo Amaro], 751 [Estação de Campolide-Linda-a-Velha], 755 [Poço do Bispo-Sete Rios], 758 [Cais do Sodré-Portas de Benfica], 760 [Gomes Freire-Cemitério da Ajuda] e 767 [Campo Mártires da Pátria-Reboleira(Metro)]”.

“A Carris fará todos os esforços com vista a minorar os inconvenientes desta perturbação parcial do serviço e lamenta eventuais incómodos causados aos clientes”, concluiu a nota da empresa.

O STRUP, em comunicado, apelou a “uma grande jornada de luta com a greve de 24 horas e a realização de um plenário geral”, na terça-feira, para “responder às provocações” de um conselho de administração que “dá mostras” de lidar muito mal com “a democracia e de um direito, como é o direito à greve”.

Para o STRUP/Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a administração tem “tentado impor uma política de baixos salários, ao mesmo tempo que mantêm o prémio designado de ‘excelência’ e dá cobertura” a que a Câmara de Lisboa, acionista e responsável pela gestão da empresa, “corte verbas ao orçamento da Carris e as transfira para outros”, como foi o caso da ‘Web Summit'”.

“É que só este corte teria dado, como afirmámos na altura, para uma atualização salarial de 109 euros a cada trabalhador”, apontou a organização sindical.

Rejeitando a “política do ‘poucochinho'”, o STRUP/Fectrans apelou à adesão à greve e à participação no plenário geral, marcado para Santo Amaro, às 10:00, com vista a decidir sobre novas formas de luta que permitam alcançar as reivindicações de “aumento real e substancial dos salários e do subsídio de refeição” e “evolução faseada para as 35 horas semanais”.

A “criação do subsídio compensatório para os trabalhadores dos setores fixos” e o “pagamento das deslocações aos trabalhadores do tráfego sem a contabilização dos ‘bonús'” são outras das reivindicações enunciadas pelos sindicatos.