Recusando pronunciar-se sobre as demissões no Governo, Rui Moreira salientou, no entanto, que, "mais uma vez no epicentro de uma crise" está a TAP.
"Aquilo que nasce torto raramente endireita", defendeu.
À margem da apresentação do plano de mobilidade e segurança na cidade para o Ano Novo, o presidente da câmara, que se considerou uma das "vozes dissonantes" relativamente à atuação da companhia área, defendeu que os problemas da TAP não são financeiros, mas "de vícios instalados".
"A TAP custa-nos dinheiro a todos nós. Eu, como português e como contribuinte, indigno-me com a situação de uma companhia em que nós permanentemente estamos a deitar recursos e causa imensos problemas, e o problema já não é apenas um problema financeiro, o problema é um problema de vícios instalados. Vimos a questão dos automóveis, desta administradora, das remunerações da administração", afirmou.
E acrescentou: "acho que tentar encontrar no ministro Pedro Nuno Santos o único responsável por aquilo que se passa na TAP é não metermos a mão na consciência e percebermos que o país tem assistido tranquilamente àquilo que acontece na TAP".
Destacando que o Ministério das Infraestruturas e Habitação é "absolutamente crucial para o bom funcionamento do país", o autarca independente disse esperar que a saída de Pedro Nuno Santos não venha a causar "ruturas" nas decisões estratégicas do Governo.
Quanto ao futuro daquele Ministério, Rui Moreira disse esperar que as políticas de habitação se mantenham e que o plano ferroviário "não ande para trás"
"Seria importante não haver interrupção nestas duas áreas que são fundamentais", observou.
O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou na quarta-feira à noite a demissão do cargo ao primeiro-ministro, António Costa, que a aceitou.
Em comunicado divulgado hoje pelo gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos explicou que “face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno” do caso da TAP, decidiu “assumir a responsabilidade política e apresentar a sua demissão”, já aceite pelo primeiro-ministro António Costa.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu na terça-feira a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros da TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.
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